Quarta, 22 de março de 2023

(Is 49,8-15; Sl 144[145]; Jo 5,17-30) 

4ª Semana da Quaresma.

“Então, os judeus ainda mais procuravam mata-lo, porque, além de violar o sábado, chamava Deus o seu Pai, fazendo-se, assim, igual a Deus” Jo 5,18.

“O ódio crescente contra Jesus e a decisão de mata-lo tinha uma razão bem clara: sua pretensão de fazer-se igual a Deus. Isto se deduzia da liberdade com que trabalhava em dia de sábado. Segundo a teologia da época, só Deus trabalha em dia de sábado.  Para garantir a subsistência da criação e da vida sobre a face da Terra. Os sinais realizados por Jesus, em dia de sábado, tinham características semelhantes, pois estavam estreitamente relacionados com a recuperação da vida. Nos seus ensinamentos, Jesus jamais chamou-se ‘Deus’. De fato, sempre falou do Pai, a cuja vontade estava submetido, do qual viera e para o qual voltaria, que o enviou com a missão de restaurar a existência humana corrompida pelo pecado. Sua palavra era perpassada pela consciência de ser Filho. Nunca pretendeu usurpar o lugar do Pai; antes, soube colocar-se no seu devido lugar até no último momento, quando exclamou: ‘Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito!’. Jesus, porém, tinha consciência de ser o caminho de encontro com o Pai. Quem acolhesse suas palavras, estaria acolhendo as palavras do Pai. Crer nele comportava crer no Pai. Honrá-lo corresponderia a horar o Pai. Pelo contrário, rejeitá-lo significava rejeitar o Pai. A teologia rígida dos adversários de Jesus não podia suportar tamanha ousadia. A decisão de mata-lo foi o expediente extremo para eliminar uma pessoa incômoda. – Pai, tu me deste teu Filho Jesus como caminho para encontrar-me contigo. Reforça minha fé, de modo que, conhecendo mais a Jesus, possa também conhecer-te mais (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] - Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite