(Gn 37,3-4.12-13.17-28; Sl 104[105]; Mt 21,33-43.45-46)
2ª Semana da Quaresma.
“Então Jesus lhes
disse: ‘Vós nunca lestes nas Escrituras: ‘A pedra que os construtores
rejeitaram tornou-se a pedra angular; isto foi feito pelo Senhor e é
maravilhoso aos nossos olhos’?” Mt 21,42.
“Na parábola de
Mateus, nós podemos antecipar o que acontecerá com Jesus na sua paixão e morte.
Mateus narra nesse evangelho a postura das autoridades, contando a atitude dos
vinhateiros homicidas. Antes de tudo, podemos perceber que os sacerdotes e
anciãos, as maiores autoridades, estão presentes e percebem na hora que Jesus
lhes fazia a maior acusação. [...] Mateus retoma historicamente processo vivido
pelos profetas até chegar em Jesus. Os dois grupos de empregados, enviados para
receber o que era de direito do dono da vinha, simbolizam os profetas antes e
depois do exílio da Babilônia. Ele retoma o passado e projeta no presente para
torna-lo compreensivo. As autoridades que mandaram matar Jesus deram a sentença
para si própria, pois a parábola nos revela um espelho para as pessoas se
verem, reconhecerem e dizerem o que elas merecem (2Sm 11,12). Jesus é o Filho
de Deus, e d’Ele nascerá um novo povo. Uma nova vinha, onde cada trabalhador é
respeitado e digno. É dele que sairá o povo justo, aberto para todos aqueles
que desejarem tornar a justiça o fundamento de um mundo novo, onde todos
poderão gozar da liberdade e vida, na fraternidade e na partilha. Pedra
perigosa para os injustos, mas libertadora para os filhos e filhas de Deus” (Marcelo dos
Santos – Sob a Luz do Evangelho – A Partilha).
Pe. João Bosco Vieira Leite