Terça, 28 de março de 2023

(Nm 21,4-9; Sl 101[102]; Jo 8,21-30) 

5ª Semana da Quaresma.

“Disse-vos que morrereis nos vossos pecados, porque, se não acreditais que eu sou, morrereis nos vossos pecados”

Jo 8,24.

“Este texto evangélico contém duas afirmações altamente polêmicas: ‘Se vocês não acreditarem que Eu sou, haverão de morrer nos seus pecados’; ‘Quando vocês levantarem o Filho do Homem, saberão que Eu sou’. Estas declarações ecoaram de maneira bem específica nos ouvidos dos interlocutores de Jesus. Para os fiéis de tradição judaica, a expressão Eu sou evocava o nome divino, revelado a Moisés pelo próprio Deus ao lhe confiar a missão de liderar a libertação do povo judeu da opressão egípcia. Por conseguinte, as palavras de Jesus soaram, para a sensibilidade judaica, como verdadeiras blasfêmias. O Mestre, porém, pensava de modo diferente e considerava pecado o fato de alguém não aceitá-lo na sua condição de Eu sou. De forma alguma, ele tinha a pretensão de ocupar o lugar de Deus. Ao afirmar Eu sou, visava revelar a sua radical comunhão com o Pai, até o limite de afirmar sua plena unidade com ele. O Pai a quem ele servia não era diferente do Deus da tradição de Israel. E mais, foi o Pai que o enviara com uma missão semelhante àquela confiada a Moisés, no passado. Como uma diferença, porém: tratava-se, agora, de promover uma libertação muito mais radical, do que aquela realizada pelo antigo líder. Assim, revelando sua identidade, Jesus revelava também a sua missão. Ele fora enviado pelo Pai para resgatar a humanidade da escravidão do pecado. – Pai, reforça minha fé em teu Filho Jesus, cuja morte nos resgata da escravidão do pecado e nos introduz no reino da fraternidade (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] - Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite