(Dn 3,25.34-43; Sl 24[25]; Mt 18,21-25)
3ª Semana da Quaresma.
“Pedro aproximou-se
de Jesus e perguntou: ‘Senhor, quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar
contra mim? Até sete vezes?” Mt 18,21.
“Conviver é uma arte.
Não basta boa vontade e paciência para que o relacionamento interpessoal seja
perfeito. Embora com todas as preocupações, é grande a possibilidade de
desentendimento entre pessoas amigas, até mesmo entre cristãos convictos.
Entretanto, a questão não reside na ruptura, e sim, na disposição a refazer os
laços de amizade rompidos. Ninguém pode garantir que uma única reconciliação
seja suficiente para cimenta-los, para sempre. É possível que outras rupturas
aconteçam, pelo mesmo motivo. A tendência humana é impor limites bem definidos
a esta situação. ‘A paciência tem limite’ – assim justificamos a ruptura
definitiva. O discípulo de Jesus defronta-se com a lição de perdoar, toda vez
que for ofendido. É exortado a fazer frente a uma tendência humana muito forte,
a de não perdoar. O motivo apresentado pelo Mestre é inquestionável: é assim
que somos perdoados pelo Pai. Quem se julga tão fiel a Deus a ponto de estar
seguro de jamais correr o risco de pecar? Só um insensato poderá ter tal
pretensão. Todos somos pecadores e precisamos do perdão de Deus. Da mesma
forma, quando alguém precisar do nosso perdão, por respeito a Deus somos
obrigados a concedê-lo. Trata-se de dar o que também recebemos. – Espírito
de perdão, liberta-me da tendência a colocar limites ao perdão. Pelo contrário,
que eu esteja sempre pronto a perdoar a quem me ofendeu” (Pe. Jaldemir
Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] -
Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite