(Dt 26,16-19; Sl 118[119]; Mt 5,43-48)
1ª Semana da Quaresma.
“Eu, porém, vos digo,
amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem” Mt 5,44.
“C. G. Jung
interpretou o preceito de Jesus de amar os inimigos como uma ordem para amarmos
em primeiro lugar o inimigo dentro de nós mesmos. Só então seremos capazes de
amar também o inimigo fora de nós, porque veremos no inimigo que nos quer mal
um irmão ou uma irmã que é dominado pelos mesmos impulsos destrutivos de agem
dentro de nós mesmos. Descobrimos neles o mal que antes já tínhamos descoberto
em nós mesmos. Muita inimizade nada mais é do que o resultado de uma projeção.
O outro projeta sobre mim aquilo que ele não consegue aceitar em si próprio.
Quem se conhece e aceita a si mesmo recebe a projeção sem se deixar dominar por
ela. Ele não se torna inimigo daquele que lança o seu lado agressivo sobre ele.
Antes, vê no outro aquele que gostaria de estar em paz consigo mesmo e com a
sua vida. O amor aos inimigos não implica não poder impor limites a eles. Não
faz bem ao ser humano extravasar sem restrições suas tendências destruidoras.
Ele precisa dos limites que outros lhe impõem, mas, ao mesmo tempo, precisa do
amor que é capaz de curar a agressividade que está dentro dele” (Anselm Grün
– Jesus, Mestre da Salvação – Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite