(Dt 30,15-20; Sl 01; Lc 9,22-25)
Depois das Cinzas.
“Depois Jesus disse a
todos: ‘Se alguém me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e
siga-me”
Lc 9,23.
“Quem se propõe a
seguir Jesus, não pode escusar-se de refazer o caminho do Mestre. Este caminho
tem uma dinâmica bem definida. Jesus começa recusando-se a se apegar à sua
igualdade com Deus, e, por consequência, dispondo-se a assumir, plenamente, a
condição humana. Passa pelo testemunho radical do Pai, e de seu Reino, sem se
importar com a opinião de quem o critica. E se consuma na morte de cruz, como
desfecho natural de uma vida de total renúncia de si mesmo. Também do seguidor
de Jesus exige-se a disposição de abri mão de seus projetos pessoais,
escolhendo somente os que são compatíveis com o Reino, sem poupar-se ou
estabelecer limites, quando se trata de executá-los. Põe em risco a própria
salvação, quem se deixa levar pela prudência humana, e procura salvaguardar
certas dimensões de sua vida, temendo coloca-las em jogo. À imitação de Jesus,
seu seguidor tem um coração desapegado, livre dos ideais mesquinhos de ganhar o
mundo inteiro, ao preço da própria condenação. Esta liberdade capacita-o a
trilhar o caminho de Jesus, embora tendo de enfrentar a cruz, com seu
componente de rejeição e de morte. O seguimento exige disposição e coragem para
não nos determos na metade do caminho. Como seguidores do Mestre, somos
desafiados a concluir, com ele e como ele, a sua mesma caminhada. – Torna-me,
Espírito Santo, capaz de renunciar aos meus projetos pessoais e colocar-me,
corajosamente, no seguimento de Jesus, até a cruz” (Pe. Jaldemir
Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] -
Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite