Quinta, 03 de março de 2022

(Dt 30,15-20; Sl 01; Lc 9,22-25) 

Depois das Cinzas.

“Depois Jesus disse a todos: ‘Se alguém me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me”

Lc 9,23.

“Quem se propõe a seguir Jesus, não pode escusar-se de refazer o caminho do Mestre. Este caminho tem uma dinâmica bem definida. Jesus começa recusando-se a se apegar à sua igualdade com Deus, e, por consequência, dispondo-se a assumir, plenamente, a condição humana. Passa pelo testemunho radical do Pai, e de seu Reino, sem se importar com a opinião de quem o critica. E se consuma na morte de cruz, como desfecho natural de uma vida de total renúncia de si mesmo. Também do seguidor de Jesus exige-se a disposição de abri mão de seus projetos pessoais, escolhendo somente os que são compatíveis com o Reino, sem poupar-se ou estabelecer limites, quando se trata de executá-los. Põe em risco a própria salvação, quem se deixa levar pela prudência humana, e procura salvaguardar certas dimensões de sua vida, temendo coloca-las em jogo. À imitação de Jesus, seu seguidor tem um coração desapegado, livre dos ideais mesquinhos de ganhar o mundo inteiro, ao preço da própria condenação. Esta liberdade capacita-o a trilhar o caminho de Jesus, embora tendo de enfrentar a cruz, com seu componente de rejeição e de morte. O seguimento exige disposição e coragem para não nos determos na metade do caminho. Como seguidores do Mestre, somos desafiados a concluir, com ele e como ele, a sua mesma caminhada. – Torna-me, Espírito Santo, capaz de renunciar aos meus projetos pessoais e colocar-me, corajosamente, no seguimento de Jesus, até a cruz (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

  Pe. João Bosco Vieira Leite