(2Sm 7,4-5.12-14.16; Sl 88[89]; Rm 4,13.16-18.22; Mt 1,16.18-21.24).
São José, Esposo de Nossa Senhora
“Jacó gerou José, o
esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo” Mt 1,16.
“A festa de São José
cai sempre durante a Quaresma. Por isso não é celebrada em domingo. Nalguns
países é dia santo de guarda. Muito cedo ele ocupou um lugar especial na
devoção popular. Nas celebrações litúrgicas, ele começa a ser lembrado no
século IX. A festa no dia 19 de março foi fixada pelo Papa franciscano Sixto IV
(+ 1484), o mesmo que mandou fazer a famosa capela Sixtina. Provavelmente
escolheu esse dia porque era, desde os tempos da Roma pagã, o dia dos artesãos.
O Papa Gregório XV, em 1621, elevou a festa a dia de preceito. A festa
permaneceu como dia santo até a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II. Ela
recebera grande destaque, quando o Papa Beato Pio IX, em 1870, dera a São José
o título de ‘Padroeiro da Igreja Universal’. Os grandes propagadores da festa
foram os Franciscanos e os Carmelitas. Os Carmelitas conseguiram, em 1680, uma
segunda festa: a do Patrocínio de São José, adotada de imediato por algumas
Ordens, como as dos Franciscanos. Pio IX, em 1847, a estendeu a toda a Igreja.
Celebrava-se com solenidade na quarta-feira da terceira semana da Páscoa. Em
1955, Pio XII consagrou a São José também o dia 1º de maio, Dia Internacional
do Trabalho, dando-lhe uma missa própria, que acentua sua qualidade de
operário-carpinteiro. Embora os Evangelhos falem pouco de José, todos os Papas
dos últimos séculos o destacaram com encíclicas, cartas apostólicas e
exortações. Não pelos dados biográficos que temos, mas pelas suas qualidades
humanas e, sobretudo, pela sua presença ativa no mistério do Cristo redentor.
Depois de Maria, foi a pessoa que mais teve a ver com a educação e preparação
para a vida pública do Filho de Deus. Jesus levou uma vida normal em sua casa
de Nazaré, tanto do ponto de vista do crescimento físico, como quanto de
crescimento na piedade, na vida escolar e civil. E todos sabem a influência do
pai, ainda que adotivo, sobre o desenvolvimento de uma criança. Podemos,
portanto, pressupor que José não só deu a Jesus a linhagem legal da família de
Davi, mas também toda uma linha de comportamento, tanto na dimensão para Deus
quanto na dimensão para o próximo. José deu também uma profissão a Jesus. Todo
rabino, além de formado em ‘Leis e Profetas’, tinha uma profissão. Jesus, de
profissão, foi carpinteiro, como São Paulo, de profissão, foi fabricante de
tendas (At 18,3). E a profissão aprendeu-a de José. Escreveu o Papa João Paulo
II na Exortação Apostólica sobre São José: ‘O texto evangélico especifica o
tipo de trabalho, mediante o qual José procurava garantir o sustento da
família: o trabalho de carpinteiro... Aquele que era designado como o filho do
carpinteiro (Mt 13,55) tinha aprendido o ofício de seu pai legal’ (n. 22). Há
gente que viu no ofício de carpinteiro um símbolo de toda a sua missão: a de
construir a nova família de Deus, o novo templo da presença do Senhor no meio
da humanidade. Na verdade, Jesus tinha muito a consertar. Dele foi que o
Apocalipse disse: ‘Devo renovar todas coisas’ (Ap 21,5). A Igreja é um edifício
sempre em construção até o fim dos tempos. Fica-lhe muito bem São José
carpinteiro, mestre-escola de Jesus, como patrono” (Frei Clarêncio
Neotti, OFM – Ministério da Palavra –
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite