Sábado, 19 de março de 2022

(2Sm 7,4-5.12-14.16; Sl 88[89]; Rm 4,13.16-18.22; Mt 1,16.18-21.24).

São José, Esposo de Nossa Senhora

“Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo” Mt 1,16.

“A festa de São José cai sempre durante a Quaresma. Por isso não é celebrada em domingo. Nalguns países é dia santo de guarda. Muito cedo ele ocupou um lugar especial na devoção popular. Nas celebrações litúrgicas, ele começa a ser lembrado no século IX. A festa no dia 19 de março foi fixada pelo Papa franciscano Sixto IV (+ 1484), o mesmo que mandou fazer a famosa capela Sixtina. Provavelmente escolheu esse dia porque era, desde os tempos da Roma pagã, o dia dos artesãos. O Papa Gregório XV, em 1621, elevou a festa a dia de preceito. A festa permaneceu como dia santo até a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II. Ela recebera grande destaque, quando o Papa Beato Pio IX, em 1870, dera a São José o título de ‘Padroeiro da Igreja Universal’. Os grandes propagadores da festa foram os Franciscanos e os Carmelitas. Os Carmelitas conseguiram, em 1680, uma segunda festa: a do Patrocínio de São José, adotada de imediato por algumas Ordens, como as dos Franciscanos. Pio IX, em 1847, a estendeu a toda a Igreja. Celebrava-se com solenidade na quarta-feira da terceira semana da Páscoa. Em 1955, Pio XII consagrou a São José também o dia 1º de maio, Dia Internacional do Trabalho, dando-lhe uma missa própria, que acentua sua qualidade de operário-carpinteiro. Embora os Evangelhos falem pouco de José, todos os Papas dos últimos séculos o destacaram com encíclicas, cartas apostólicas e exortações. Não pelos dados biográficos que temos, mas pelas suas qualidades humanas e, sobretudo, pela sua presença ativa no mistério do Cristo redentor. Depois de Maria, foi a pessoa que mais teve a ver com a educação e preparação para a vida pública do Filho de Deus. Jesus levou uma vida normal em sua casa de Nazaré, tanto do ponto de vista do crescimento físico, como quanto de crescimento na piedade, na vida escolar e civil. E todos sabem a influência do pai, ainda que adotivo, sobre o desenvolvimento de uma criança. Podemos, portanto, pressupor que José não só deu a Jesus a linhagem legal da família de Davi, mas também toda uma linha de comportamento, tanto na dimensão para Deus quanto na dimensão para o próximo. José deu também uma profissão a Jesus. Todo rabino, além de formado em ‘Leis e Profetas’, tinha uma profissão. Jesus, de profissão, foi carpinteiro, como São Paulo, de profissão, foi fabricante de tendas (At 18,3). E a profissão aprendeu-a de José. Escreveu o Papa João Paulo II na Exortação Apostólica sobre São José: ‘O texto evangélico especifica o tipo de trabalho, mediante o qual José procurava garantir o sustento da família: o trabalho de carpinteiro... Aquele que era designado como o filho do carpinteiro (Mt 13,55) tinha aprendido o ofício de seu pai legal’ (n. 22). Há gente que viu no ofício de carpinteiro um símbolo de toda a sua missão: a de construir a nova família de Deus, o novo templo da presença do Senhor no meio da humanidade. Na verdade, Jesus tinha muito a consertar. Dele foi que o Apocalipse disse: ‘Devo renovar todas coisas’ (Ap 21,5). A Igreja é um edifício sempre em construção até o fim dos tempos. Fica-lhe muito bem São José carpinteiro, mestre-escola de Jesus, como patrono” (Frei Clarêncio Neotti, OFM – Ministério da Palavra – Vozes).               

Pe. João Bosco Vieira Leite