(Os 6,1-6; Sl 50[51]; Lc 18,9-14)
3ª Semana da Quaresma.
“Dois homens subiram
ao templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos” Lc 18,10.
“Na sua doutrina
sobre a oração, Lucas não nos transmite apenas as palavras de Jesus sobre o
assunto. A própria personalidade do autor transparece também. Lucas não é
apenas o ‘literato aberto para o mundo, consciente de seus problemas, que sabe tomar
o pulso do seu tempo’ (Ernst, p. 147), ele é também um homem piedoso. A oração
é para ele o lugar onde se encontra com Deus e se identifica sempre mais com o
espírito de Jesus. A oração, para ele, é também experiência de ressurreição.
Isso Lucas nos descreve nos Atos dos Apóstolos, onde ele fala vinte e cinco
vezes sobre a oração. A Igreja primitiva era uma comunidade orante. Quando a
comunidade orava, o local onde estava reunida estremecia, e ‘todos ficavam
repletos do Espírito Santo’ (At 4,31). Quando Pedro estava na prisão, a
comunidade orava ‘sem cessar a Deus em sua intenção’ (At 12,5). Deus manda seu
anjo para Pedro, e as correntes se desprendem das suas mãos, e a porta se abre.
Na oração podemos experimentar a proteção e os cuidados amorosos de Deus no
meio das aflições da nossa vida. Na oração participamos do espírito de Jesus.
Nela aprendemos a nos voltar para o Pai, como Jesus. Na oração Deus está junto
de nós, como Pai e amigo. Na oração experimentamos que temos direito à vida.
Somente quem ora entende o que Jesus quis transmitir com sua mensagem e a sua
vida. É orando que experimentamos a redenção, pois, na oração, os poderes deste
mundo são destronados, e os sentimentos de culpa perdem a sua força. Então os
sepulcros se abrem, e ressuscitamos com Cristo para a vida verdadeira, para a
vida em Deus” (Anselm Grüm – Jesus, modelo do ser humano –
Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite