(Dn 9,4-10; Sl 78[79]; Lc 6,36-38)
2ª Semana da Quaresma.
“Sede
misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso” Lc 6,36.
“O cristão tem
consciência de que suas ações superam os limites das relações humanas, para
desembocar no Pai. Por isso, todo gesto humano, sem exceção, tem algo a ver com
Deus: deve inspirar-se nele, de quem receberá o prêmio ou o castigo. O eixo
fundamental da vida cristã deve ser a misericórdia. O motivo é simples: a
misericórdia é o eixo fundamental do agir do Pai. E, pela misericórdia, o
cristão reproduz um modo de ser característico de Deus. Jesus indicou-nos
algumas maneiras de expressar a misericórdia: não nos tornar juízes do próximo,
e por conseguinte, abster-nos de condená-lo; perdoar sempre, e sermos capazes
de doar nossos bens, com generosidade. A misericórdia, portanto, consiste em
colocar-se diante do próximo com a humildade de quem se sabe servidor, e com a
consciência de não ter o direito de julgá-lo e condená-lo. Isto compete ao Pai.
A pessoa misericordiosa está sempre disposta a reatar, mediante o perdão, os
laços rompidos pela inimizade. A contrapartida da misericórdia humana é a
misericórdia divina. O Pai não julga nem condena a quem foi capaz de ser
misericordioso. Perdoa a quem foi capaz de perdoar. E a quem soube doar, dá com
superabundância. O cristão não pode perder de vista esta dimensão de seu agir.
A falta de misericórdia resultará fatal, no momento de seu encontro com o Pai.
– Espírito de misericórdia, reveste todas as minhas ações com a
misericórdia, característica do Pai, levando-me a ser, para o meu próximo, a
revelação da bondade divina” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite