Segunda, 07 de março de 2022

(Lv 19,1-2.11-18; Sl 18[19]; Mt 25,31-46) 

1ª Semana da Quaresma.

“Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos,

então se assentará em seu trono glorioso” Mt 25,31.

“Há duas imagens que, às vezes, intrigam os leitores desse discurso de Jesus. Uma delas é a imagem do juízo. Muitos associam-na com medo e horror. Eles temem o julgamento. A seus olhos, Deus é um contabilista que faz o balanço de nossos atos. Se forem considerados insuficientes, ele os condenará para sempre. Mas o discurso do juízo deve ser visto como um discurso de advertência. Jesus quer advertir-nos, para que vivamos a nossa vida conscientemente. Numa vida inspirada em Jesus não pode faltar a relação correta com os nossos semelhantes. O julgamento mostra o que está em jogo quando agimos agora, no presente: é a questão de vida ou morte. O ser humano é julgado pelos seus atos, não por suas convicções. Em Mateus, aderir a Jesus se exprime em atos concretos, não em pronunciamentos dogmaticamente corretos sobre Jesus Cristo. Todos os homens comparecerão diante de Cristo como juiz universal, sejam eles cristãos ou adeptos de outras religiões, fiéis ou incrédulos, teístas ou ateístas. Não cabe a nós julgar. Quem julga é somente Cristo, que vê o coração humano. Antes de nos inteirar desse discurso de Jesus, Mateus contou a história de Jesus. E a história de ‘Emanuel – Deus conosco” é esta: Jesus é aquele que ajuda e salva. Por isso podemos ter a confiança de que Jesus como juiz será ao mesmo tempo o Jesus Salvador que cura as nossas feridas e que reconduz as ovelhas perdidas ao seu reino. Quantos foram intimidados com o discurso do juízo! O objetivo do evangelho de Mateus não é o medo, mas a determinação, a abertura e a solidariedade com os outros” (Anselm Grün – Jesus, Mestre da Salvação – Loyola).

  Pe. João Bosco Vieira Leite