(Rm 8,18-25; Sl 125[126]; Lc 13,18-21)
30ª Semana do Tempo Comum.
“Pois já fomos
salvos, mas na esperança. Ora, o objeto da esperança não é aquilo que a gente
está vendo; como pode alguém esperar o que já vê?” Rm 8,24.
“Paulo fala ao
cristão que, como nós, vive sua fé num mundo cheio de contradições e sofrimento.
Onde, não raro, se levanta a pergunta: onde está Deus? Estamos mesmo a caminho
do Reino como proclamar a salvação numa realidade tão hostil? Paulo fala também
de dores de parto: sofrimento que vai fazer nascer algo novo. Mas às vezes este
novo custa muito a parecer. Não se vê saída, o mal parece ignorar nossa busca
de mais vida. E Jesus disse que o Reino já está entre nós. Nele reside nossa
força, nossa fé, nossa esperança. Também ele passou por aparentes fracassos
antes de ser proclamado vitorioso na ressurreição. E nós, às vezes, queremos
sucesso imediato, como se fosse o servo maior que o seu Senhor. Ser cristão é
ser pessoa de esperança. Para si e para os irmãos. O que nem sempre é fácil.
Sobretudo neste tempo em que tantas situações parecem obscurecer qualquer
esperança. Em que temos a sensação de esperar contra toda esperança de vida
digna para tantos irmãos. Contudo, Paulo nos garante: existe a esperança de que
um dia todo o universo, todos nós, tomaremos parte na gloriosa liberdade dos filhos
de Deus. Aguardamos na esperança e na paciência a nossa completa libertação.
Como também toda a criação sabe esperar pela plenitude do tempo que lhe dá
sentido e colhe a esperança em punhados de júbilo. Cultivar a serena, mas
inquieta esperança é tarefa nossa de cada dia. Ser sinal dessa esperança é algo
que devemos a esse nosso mundo sofredor. – Senhor, ponho em vós minha
confiança. Alimenta também a esperança de quem caminha na estrada escura do
sofrimento e do desânimo. Anima a esperança de todos na libertação plena que há
de vir, pela salvação que Cristo nos alcançou. Amém” (Luiz Demétrio
Valentini e Zeldite Burin – Graças a Deus [1995] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite