Quinta, 14 de outubro de 2021

(Rm 3,21-30; Sl 129[130]; Lc 11,47-54) 

28ª Semana do Tempo Comum.

“Ai de vós, mestres da Lei, porque tomastes a chave da ciência. Vós mesmos não entrastes

e ainda impedistes os que queriam entrar” Lc 11,52.

“Os doutores da lei tinham recebido a grande incumbência de colocar a Palavra de Deus ao alcance do povo. Mas não foram capazes de entende-la. E acabaram deformando-a, preocupados com as ninharias de suas tradições. ‘Vocês esvaziam a Palavra de Deus com as tradições que transmitem’ (Mc 7,13). Assim, com a chave na mão, não só não souberam entrar, mas impediam o povo de entrar. Ao contrário dos fariseus, Jesus ensinava com autoridade, e o povo se encantava com sua Palavra e se mostrava pronto a segui-la. Jesus não tem só a chave. Ele é a própria porta. ‘Eu sou a porta. Quem entra por mim será salvo. Entrará, e sairá, e encontrará pastagens’ (Jo 10,9). O contraste entre Cristo e os fariseus é flagrante. Eles amarravam e fechavam. Jesus abria e deixava liberdade para buscar pastagens abundantes. Isto coloca para nós o desafio de como tratar a Palavra de Deus. A tarefa do teólogo, do pregador, do ministro da Palavra. A Palavra abre, não fecha. Toda vez que reduzimos o significado da Palavra aos limites de nossa compreensão, fechamos a porta, e dificultamos a entrada dos que buscam os espaços abertos que agora a Palavra descortina para a generosidade de quem se lança em busca de pastagens infinitas. Não cabe a nós reduzir o sentido da Palavra. Nossa missão é indicar a porta, por onde todos são convidados a entrar. Mesmo que muitos possam ir à nossa frente e chegar mais longe. – Obrigado, Senhor, porque vossa Palavra nos abriu a porta da vida. Ajudai-nos a entrar por ela, sem que fechemos a porta aos nossos irmãos. Amém (Luiz Demétrio Valentini e Zeldite Burin – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite