(Rm 3,21-30; Sl 129[130]; Lc 11,47-54)
28ª Semana do Tempo Comum.
“Ai de vós, mestres
da Lei, porque tomastes a chave da ciência. Vós mesmos não entrastes
e ainda impedistes os
que queriam entrar” Lc 11,52.
“Os doutores da lei
tinham recebido a grande incumbência de colocar a Palavra de Deus ao alcance do
povo. Mas não foram capazes de entende-la. E acabaram deformando-a, preocupados
com as ninharias de suas tradições. ‘Vocês esvaziam a Palavra de Deus com as
tradições que transmitem’ (Mc 7,13). Assim, com a chave na mão, não só não
souberam entrar, mas impediam o povo de entrar. Ao contrário dos fariseus,
Jesus ensinava com autoridade, e o povo se encantava com sua Palavra e se
mostrava pronto a segui-la. Jesus não tem só a chave. Ele é a própria porta.
‘Eu sou a porta. Quem entra por mim será salvo. Entrará, e sairá, e encontrará
pastagens’ (Jo 10,9). O contraste entre Cristo e os fariseus é flagrante. Eles
amarravam e fechavam. Jesus abria e deixava liberdade para buscar pastagens
abundantes. Isto coloca para nós o desafio de como tratar a Palavra de Deus. A tarefa
do teólogo, do pregador, do ministro da Palavra. A Palavra abre, não fecha.
Toda vez que reduzimos o significado da Palavra aos limites de nossa
compreensão, fechamos a porta, e dificultamos a entrada dos que buscam os
espaços abertos que agora a Palavra descortina para a generosidade de quem se
lança em busca de pastagens infinitas. Não cabe a nós reduzir o sentido da
Palavra. Nossa missão é indicar a porta, por onde todos são convidados a
entrar. Mesmo que muitos possam ir à nossa frente e chegar mais longe. – Obrigado,
Senhor, porque vossa Palavra nos abriu a porta da vida. Ajudai-nos a entrar por
ela, sem que fechemos a porta aos nossos irmãos. Amém” (Luiz Demétrio
Valentini e Zeldite Burin – Graças a Deus [1995] – Vozes).