(Rm 9,1-5; Sl 147[147B]; Lc 14,1-6)
30ª Semana do Tempo Comum.
“... a ponto de
desejar ser eu mesmo segregado por Cristo em favor dos meus irmãos, os da minha
raça”
Rm 9,3.
“Jesus entregou-se
para nos salvar. Esta paixão da salvação a encontramos numa expressão
apaixonada de Paulo. Ele pensa em seus correligionários de antes, e sofre
grande tristeza e dor contínua – diz –, e quereria ele mesmo ser uma ‘oferenda
votiva’ em vantagem de seus irmãos, os israelitas, aqueles que, embora
possuíssem a adoção, a aliança, o culto, as promessas, os patriarcas, não
aceitaram Cristo. Este é o sofrimento contínuo do Apóstolo que, entretanto,
aceitou Jesus e nele reconhece o Salvador de todos. A inexplicável recusa por
parte de seus amigos é causa de sofrimento de Paulo. Quando a Apóstolo diz:
‘Desejava ser eu próprio segregado por Cristo pelos meus irmãos’, não afirma
que renunciaria a Cristo, mas que estaria disposto a passar por todos os
sofrimentos espirituais de quem se sente separado do Senhor, em vantagem dos
seus irmãos. É zelo pela salvação do próximo. O verdadeiro amor aos irmãos é
acompanhado do desejo de que se salvem, da oração para que se salvem, do sofrer
para que se salvem, do testemunho e do esforço contínuo para que se libertem de
todo tipo de opressão. O cristão, porque é luz, deve ser ativo. Se é sal, tem
que ser dinâmico, disposto a fazer o bem. O zelo para que os outros conheçam
Cristo foi sempre uma das grandes forças do cristianismo na história dos
homens. Há de ser também uma das nossas grandes forças. - Dai-nos,
Senhor, o zelo de Paulo. Que apesar de nossas limitações saibamos também gastar
nossa vida pelo bem espiritual dos irmãos. Amém” (Ralfy Mendes
de Oliveira – Graças a Deus [1995] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite