(Rm 2,1-11; Sl 61[62]; Lc 11,42-46)
28ª Semana do Tempo Comum.
“Ai de vós, fariseus,
porque pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as outras ervas,
mas deixais de lado a
justiça e o amor de Deus” Lc 11,42.
“No tempo de Jesus,
uma ala do farisaísmo tendia a inverter o valor das coisas. Davam muita
importância às coisas secundárias, enquanto as essenciais não recebiam a devida
atenção. O pagamento do dízimo, por exemplo, era uma exigência irrecusável, e
cumprida mesmo em relação às insignificantes hortaliças. Entretanto, os
fariseus não se preocupavam, minimamente, em praticar a justiça para com o
próximo e dedicar a Deus um amor verdadeiro. A prática religiosa do dízimo era,
desta forma, esvaziada de sentido. Ao pagá-lo, os fariseus pensavam estar sendo
fiéis à vontade divina. Todavia, enquanto cometiam injustiças contra o próximo,
cultivavam a vanglória e agiam como hipócritas acabavam por desagradar a Deus.
Invalidava-se, deste modo, sua piedade exterior, à qual se entregavam apenas
para serem louvados pelos outros. O amor e a justiça ocupam o lugar central na
vida do discípulo do Reino. Nisto, ele se distingue dos fariseus. Amor e
justiça, quando postos em prática, revelam o mais íntimo do ser humano. Outras
práticas podem ser enganosas, revelando apenas uma piedade aparente. De fato,
podem ser uma máscara da hipocrisia humana e esconder a maldade que a pessoa
traz no coração. Por isso, em primeiro lugar, é preciso praticar a justiça e o
amor. Com este pano de fundo, as outras práticas de piedade terão mais solidez.
– Senhor Jesus, ajuda-me a centrar minha vida sempre mais na justiça e
no amor, para que tudo o mais tenha sentido para mim” (Pe. Jaldemir
Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] -
Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite