(At 1,12-14; Sl Lc 1; Lc 1,26-38)
Nossa Senhora do Rosário.
“O anjo entrou onde
ela estava e disse: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” Lc 1,28.
“O evangelho da
anunciação apresenta-se com a inefável revelação à Virgem do mistério do Filho
de Deus nosso redentor, de quem é chamada a ser a mãe: ‘Eis que conceberás e
darás À luz um filho, e o chamarás com o nome de Jesus. Ele será grande... o
Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará na casa de Jacó para
sempre e o seu reinado não terá fim”. Nessas palavras está resumida a missão
que o Pai confiou ao seu Unigênito: ser o Salvador! No dom total de si mesmo –
como a semente que se põe na terra para produzir fruto – ele instaurará, com
sua encarnação, paixão e ressurreição, o Reino da Vida, para sempre. A Virgem
Maria, acolhendo a palavra do anjo, acolhe em si o ‘Mistério’ que reconcilia
definitivamente o céu e a terra. No ‘eis aqui a serva do Senhor’, pronunciado
com o coração iluminado pela fé somente, está selada a sua adesão pessoal aos
mistérios da paixão e da glória do Filho. A bem-aventurança d’Aquela que ‘acreditou
que as palavras do Senhor seriam cumpridas’ (Lc 1,45) tem na hora de Nazaré o
seu ponto luminoso. A aclamação de Isabel, maravilhada: ‘Bendita és tu entre as
mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” (Lc 1,42) faz, de fato, referência
direta àquela hora silenciosa em que O Espírito consagrou a Virgem como Mãe de
Deus. Nazaré é a hora do anúncio do mistério de Cristo e ao mesmo tempo de sua
realização em Maria: a partir do momento em que o Verbo de Deus assume dela a
carne e o sangue, a Virgem começa a peregrinação de fé nas palavras e obras que
Jesus irá exercendo, até aos dias terríveis e luminosíssimos da morte e
ressurreição. O seu coração torna-se o lugar santo em que os mistérios de
Cristo encontram abrigo e produzem fruto em abundância” (Corrado
Maggioni – Maria na Igreja em Oração – Paulus).