Quinta, 7 de outubro de 2021

(At 1,12-14; Sl Lc 1; Lc 1,26-38) 

Nossa Senhora do Rosário.

“O anjo entrou onde ela estava e disse: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” Lc 1,28.

“O evangelho da anunciação apresenta-se com a inefável revelação à Virgem do mistério do Filho de Deus nosso redentor, de quem é chamada a ser a mãe: ‘Eis que conceberás e darás À luz um filho, e o chamarás com o nome de Jesus. Ele será grande... o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará na casa de Jacó para sempre e o seu reinado não terá fim”. Nessas palavras está resumida a missão que o Pai confiou ao seu Unigênito: ser o Salvador! No dom total de si mesmo – como a semente que se põe na terra para produzir fruto – ele instaurará, com sua encarnação, paixão e ressurreição, o Reino da Vida, para sempre. A Virgem Maria, acolhendo a palavra do anjo, acolhe em si o ‘Mistério’ que reconcilia definitivamente o céu e a terra. No ‘eis aqui a serva do Senhor’, pronunciado com o coração iluminado pela fé somente, está selada a sua adesão pessoal aos mistérios da paixão e da glória do Filho. A bem-aventurança d’Aquela que ‘acreditou que as palavras do Senhor seriam cumpridas’ (Lc 1,45) tem na hora de Nazaré o seu ponto luminoso. A aclamação de Isabel, maravilhada: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” (Lc 1,42) faz, de fato, referência direta àquela hora silenciosa em que O Espírito consagrou a Virgem como Mãe de Deus. Nazaré é a hora do anúncio do mistério de Cristo e ao mesmo tempo de sua realização em Maria: a partir do momento em que o Verbo de Deus assume dela a carne e o sangue, a Virgem começa a peregrinação de fé nas palavras e obras que Jesus irá exercendo, até aos dias terríveis e luminosíssimos da morte e ressurreição. O seu coração torna-se o lugar santo em que os mistérios de Cristo encontram abrigo e produzem fruto em abundância” (Corrado Maggioni – Maria na Igreja em Oração – Paulus).

 Pe. João Bosco Vieira Leite