Sábado, 01 de maio de 2021

(At 13,44-52; Sl 97[98]; Jo 14,7-14) 

4ª Semana da Páscoa.

“Jesus respondeu: ‘Há tanto tempo estou convosco e não me conheces Filipe? Quem me viu, viu o Pai.

Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’?” Jo 14,9.

“A busca do ser humano não é simplesmente por Deus. Mas pelo rosto de Deus, por sua proximidade e presença concreta no mundo. Se Jesus fala do Pai, Abba, que significa paizinho de ilimitada bondade, como devemos imaginá-lo? Esta é a questão que Filipe coloca a Jesus. Jesus não faz uma catequese rudimentar nem uma teologia sobre Deus-Pai. Apenas diz: quem me viu, viu o Pai. Aqui se trata de um procedimento concreto de observação da prática do Jesus, de seu modo de ser e de pensar. Se observarmos atentamente a vida de Jesus, notamos a sua característica, certamente, mais fundamental: a pós-existência. Jesus não existe para si, mas para os outros. Para o grande Outro, seu Pai com quem entretém uma relação de absoluta confiança e entrega. Sente-se filho deste Pai bondoso. Faz o que o Pai faz, trabalha na criação como Ele (Jo 5,17), ama irrestritamente e perdoa sem limites. Existe para os outros, os pobres, as mulheres marginalizadas, os pecadores, enfim, para todos que pode alcançar. Se Jesus é assim é porque está traduzindo para nós o que significa o seu e o nosso Pai celeste. Deus, portanto, é uma realidade de amor, sempre voltada para nós. Ele possui um rosto humano, o rosto de Jesus de Nazaré, filho do Pai e nosso irmãos maior. – Senhor, continue a revelar-nos o Pai celeste na medida em que Teu evangelho se fizer força de amor, em que Teus seguidores se transformarem em instrumentos vivos de solidariedade, justiça, perdão e paz. Dá-nos esta força para que possamos dizer ao fim de todos os nossos empreendimentos: Amém (Leonardo Boff – Graças a Deus [1995] – Vozes).       

Pe. João Bosco Vieira Leite