Terça, 27 de abril de 2021

(At 11,19-26; Sl 86[87]; Jo 10,22-30) 

4ª Semana da Páscoa.

“Meu Pai, que me deu essas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebata-las da mão do Pai.

Eu e o Pai somos um” Jo 10,29-30.

“Nesta frase encontramos o segredo de Jesus: ‘eu e o Pai somos uma coisa só’. O texto grego não diz ‘eu e o Pai somos um’ (heis) mas ‘uma coisa só’ (én). Quer dizer, eu e Pai somos uma única realidade de comunhão e de amor. Cada qual é distinto. Um não é o outro. Mas a diferença é para permitir a mútua entrega e a união dos diferentes. O que vigora entre os divinos Três é a circulação da mesma torrente de vida, é o amor que se derrame de um para os outros e vice-versa, é a interpenetração tão radical que cada uma das Pessoas é pela, para, com e nas outras duas. As próprias palavras Pai e Filho revelam esta mútua implicação. Pai não existe em si para si. Alguém é Pai somente em relação ao Filho. Filho somente existe porque existe um Pai. A mesma coisa vale para o Espírito Santo. A palavra Espírito vem de espirar e soprar. O Espírito é o sopro do Pai e do Filho, um na direção do outro. Por isso o Espírito é o amor que une. O amor na SS. Trindade se expande para fora. O universo e todas as pessoas são incluídas no mesmo abraço amoroso. No termo dos tempos todos formaremos o Reino da Trindade. Então também nós poderemos dizer como Jesus: ‘nós e a Trindade somos uma só coisa’. – Trindade Santa, vos agradecemos porque nos sentimos incluídos no mesmo amor que vigora entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Que a comunhão que vivemos com todos os seres da criação especialmente entre nós humanos seja um reflexo daquela comunhão profunda que faz das Três Pessoas um único Deus-amor. Amém (Leonardo Boff – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite