(At 4,23-31; Sl 02; Jo 3,1-8)
2ª Semana da Páscoa.
“Jesus respondeu: ‘Em
verdade, em verdade te digo, se alguém não nasce do alto,
não pode ver o Reino
de Deus’” (Jo 3,3).
“Disse Deus: ‘Façamos
o homem à nossa semelhança e imagem!’ E Deus criou Adão santo e perfeito. Disse
Jesus: ‘Quem não nascer do alto...’ não pode ver o Reino de Deus. É possível
que Deus tenha criado o home do barro? É possível o ser humano voltar ao ventre
materno e nascer de novo? São questões que atormentam a ciência e para as quais
o seu conhecimento e verdades não têm resposta. Agora, se é que o ser humano
deseja a perfeição e santidade, e consequentemente ver o Reino de Deus, só há
um caminho: nascer do alto, de Deus, ‘recriado?’ como Adão original. Guardadas
as devidas diferenças, nascer do alto pode ser comparado aos 15 anos de vida
que o Rei Ezequias recebeu de Deus (2Rs 20) para completar sua obra à frente de
um povo idólatra e que necessitava por completa transformação. Nascer de novo,
para Nicodemos e para os cristãos, não é presente acabado e em si, mas é uma
dádiva a serviço de Deus em favor do seu projeto em favor da humanidade. Nascer
do alto significa tornar-se ‘vento que sopra sem se saber de onde vem e para
onde vai’ (8), significa ‘falar e testemunhar’ (11), por uma única motivação e
para um único objetivo: ‘Que Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho
unigênito, para que todo que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna’
(16). ‘Na verdade’, isto é verdade para quem aceita Jesus, porque isto foi dito
por Jesus. Para nós cristãos isto basta, exatamente como bastou para o
Evangelista João. Este nascer de novo prescinde do conhecimento das regras
eclesiásticas, mas não prescinde do conhecimento da Palavra. Nicodemos era
mestre em Israel, e, por desconhecer o processo do novo nascimento pela fé em
Cristo, um novo nascimento lhe parecia impossível. Bela definição para fé:
‘nascer do alto para ver o Reino de Deus’ – Ó Deus, renuncio ao meu
velho nascimento. Desejo o novo nascimento para ver o teu Reino Eterno. Amém” (Augusto Jacob
Grün – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite