(At 4,32-37; Sl 92[93]; Jo 3,7-15)
2ª Semana da Páscoa.
“O vento sopra onde
quer, e tu podes ouvir o seu ruído, mas não sabes de onde vem nem para onde
vai.
Assim acontece a todo
aquele que nasceu do Espírito” Jo 3,8.
“Toda a cultura
teológica de Nicodemos, formado na mais estrita tradição judaica, foi
insuficiente para compreender as palavras de Jesus. Ele entendia as palavras do
Mestre, no sentido material, dando origem a sérios mal-entendidos. Jesus tentou
fazê-lo ir além e entender suas palavras no seu verdadeiro sentido. O
ensinamento do Mestre tinha uma profundidade que exigia mente e coração bem
atentos em recebê-lo. Jesus revelava coisas celestes, ou seja, o desígnio do
Pai em relação à humanidade. A compreensão desta verdade não dependia de altas
teorias, pelo contrário superava os esquemas mentais puramente humanos. Ela
fluía da fé depositada em Jesus. A fé exigia que ele fosse considerado naquilo
que, de fato, era: o Filho enviado pelo Pai para propiciar vida eterna à
humanidade. Portanto, Jesus não podia ser tomado apenas na sua dimensão humana
e terrena. Sua palavra consistia num apelo do próprio Deus, e quando assumia na
fé, tinha o poder de comunicar vida eterna a quem a acolhesse. O discípulo de
Jesus precisava compreender que fé e vida eterna se interligam. Não existe
outro caminho para obter a verdadeira vida senão por meio de Jesus. É pela
força do Espírito que isto acontece. E só entra nesta dinâmica quem se deixa
renovar por ele. – Senhor Jesus, faze-me renascer pelo Espírito que me
conduz à fé e me leva a obter a verdadeira vida” (Pe. Jaldemir
Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] -
Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite