Sexta, 16 de abril de 2021

(At 5,34-42; Sl 26[27]; Jo 6,1-15) 

2ª Semana da Páscoa.

“Mas, quando notou que estavam querendo leva-lo para proclamá-lo rei,

Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte” Jo 6,15.

“A intensidade do amor de Jesus foi compreendida como solução para tudo, inclusive soluções para causas políticas. Ele é o Rei do Amor que constrói o Reino do Pai na terra; não se prende ao sucesso que faz, a publicidade que querem dar aos seus milagres, ao aplauso daqueles que querem reduzi-lo a um dirigente de estruturas terrenas. Ele é alguém que transcende reis e reinos. Não vive só, reúne um grupo ao redor de si e está sempre entre o povo. Contudo, de vez em quando precisa fugir para um lugar solitário para estar mais com o Pai e mostrar que não é vítima das paixões humanas que arrastam para uma idolatria ou egolatria. Vai sozinho para o monte para estar mais com o Pai e consigo mesmo, assim pode estar melhor com todos. A sua perfeição não nasce da quantidade dos dons recebidos, mas da sua capacidade de se abrir mais à intimidade, à profundidade e ao recolhimento. Quem vai à raiz, floresce! Por que foi muitas vezes sozinho ao monte conversar com o Pai, Jesus pode estar melhor com as multidões que o seguiam. Os apóstolos aprenderam também a lição. Antes de ouvirem a convocação do ‘ide e ensinai’, escutaram o apelo: ‘Vinde a um lugar isolado!’ A vida pública de Jesus teve a eficiência de quem descobriu este segredo de recolher-se para colher o essencial. – Senhor, que eu saiba recolher-me mais para a profundidade pessoal para acolher melhor a verdade do coração. Amém (Vitório Mazzuco Filho – Graças a Deus [1995] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite