(At 5,34-42; Sl 26[27]; Jo 6,1-15)
2ª Semana da Páscoa.
“Mas, quando notou
que estavam querendo leva-lo para proclamá-lo rei,
Jesus retirou-se de
novo, sozinho, para o monte” Jo 6,15.
“A intensidade do
amor de Jesus foi compreendida como solução para tudo, inclusive soluções para
causas políticas. Ele é o Rei do Amor que constrói o Reino do Pai na terra; não
se prende ao sucesso que faz, a publicidade que querem dar aos seus milagres,
ao aplauso daqueles que querem reduzi-lo a um dirigente de estruturas terrenas.
Ele é alguém que transcende reis e reinos. Não vive só, reúne um grupo ao redor
de si e está sempre entre o povo. Contudo, de vez em quando precisa fugir para
um lugar solitário para estar mais com o Pai e mostrar que não é vítima das
paixões humanas que arrastam para uma idolatria ou egolatria. Vai sozinho para
o monte para estar mais com o Pai e consigo mesmo, assim pode estar melhor com
todos. A sua perfeição não nasce da quantidade dos dons recebidos, mas da sua
capacidade de se abrir mais à intimidade, à profundidade e ao recolhimento.
Quem vai à raiz, floresce! Por que foi muitas vezes sozinho ao monte conversar
com o Pai, Jesus pode estar melhor com as multidões que o seguiam. Os apóstolos
aprenderam também a lição. Antes de ouvirem a convocação do ‘ide e ensinai’,
escutaram o apelo: ‘Vinde a um lugar isolado!’ A vida pública de Jesus teve a
eficiência de quem descobriu este segredo de recolher-se para colher o
essencial. – Senhor, que eu saiba recolher-me mais para a profundidade
pessoal para acolher melhor a verdade do coração. Amém” (Vitório
Mazzuco Filho – Graças a Deus [1995] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite