Domingo de Páscoa – Ano B

(At 10,34.37-43; Sl 117[118]; Cl 3,1-4; Jo 20,1-9).

1. “Exulte de alegria, dos anjos a multidão, exultemos também nós por tão grande salvação”. Assim cantávamos ontem na Vigília Pascal, saldando a Ressurreição de Cristo. Essa nossa missa é uma continuidade desse canto: ‘Este é o dia que o Senhor fez para nós; alegremo-nos e nele exultemos”.

2. Não poderia ser diferente, porque o anúncio da ressurreição de Cristo é a notícia mais extraordinária que chega aos nossos ouvidos e ao nosso coração. Quase impossível de acreditar.

3. É assim que Maria Madalena se aproxima do sepulcro, ainda escuro, vendo a pedra removida, conclui que tiraram o corpo do seu Senhor. Mesmo João, que corre juntamente com Pedro, não acredita de modo imediato, só depois de ver o sepulcro vazio e os panos que envolviam Seu corpo ali deixados.

4. João, tanto quanto os outros discípulos, precisaram ver para crer. De fato, não tinham ainda compreendido as Escrituras. Se tivessem acreditado, não precisariam ver para crer. Mas não esqueçamos que João acredita mesmo antes de ter visto o ressuscitado. Ele viu apenas um sinal, um indício, não uma prova irrefutável. Mesmo assim crê.

5. O autor do Evangelho nos ensina que a ressurreição de Cristo é um mistério, que antes de tudo, requer de nossa parte um ato de fé na Palavra de Deus, nas suas promessas, na palavra do próprio Jesus que já a havia anunciado. E no testemunho do Apóstolos, conforme nos indica a 1ª leitura.

6. Depois desses primeiros indícios da ressurreição (sepulcro vazio, panos por terra), teremos as provas diretas: as várias aparições do Ressuscitado. E assim, a ressurreição de Jesus será o argumento base para a pregação dos Apóstolos, por diversas razões.

7. Revela plenamente a identidade de Jesus como Filho de Deus na sua missão de salvar. Prova e garante toda a mensagem de Cristo. Nele podemos crer. Por último, é o fato que traz nova luz sobre a vida do ser humano e do seu significado, indício claro da nossa ressurreição, diz a 2ª leitura, em nossa busca de merecê-la.

8. A nossa vida cristã é marcada por um olhar de fé que busca reconhecer a presença do Cristo ressuscitado na ação salvífica dos Sacramentos, que sinalizam nosso destino final. Ele está presente em Sua Igreja. O vemos na alma dos santos e santas, como uma obra prima da graça divina, em sua imitação de Cristo.

9. Por fim, o experimentamos dentro de nós, na graça santificante que Ele nos doa, e agindo em nós por seu Espírito. Com as boas inspirações geradoras de vida onde chegam nossos pés e nossas mãos.

10. Sim, somos ressuscitados em Cristo, lembra-nos Paulo, desde o batismo e queremos orientar os nossos pensamentos e desejos para o alto, para essa realidade futura que nos é prometida. Por isso cada dia é Pascoa de ressurreição, com nosso esforço sempre renovado de continuar a seguir ao Cristo Ressuscitado.  

 Pe. João Bosco Vieira Leite