Quinta, 29 de abril de 2021

(At 13,13-25; Sl 88[89]; Jo 13,16-20) 

4ª Semana da Páscoa.

“Se sabeis isso e o puserdes em prática, sereis felizes” Jo 13,17.

“Jesus era o Senhor. Disso não tinham dúvida os seguidores dele, pois não só o próprio Jesus o anunciava abertamente como também seus atos o atestavam: Ele escolhera os seus discípulos e, ainda, os ensinava, elogiava e repreendia. Por isso, causa tanta estranheza Ele se propor a lavar os pés dos seus, por assim dizer, comandados. Lavar os pés de alguém era uma obra de escravos ou empregados naqueles tempos em que todos usavam sandálias e as ruas tinham muito mais pó que as atuais. Era, então, costume das famílias oferecer tal serviço aos recém-chegados através de uma escrava ou empregada. Agora, porém, é o próprio Jesus aquele que lava os pés. Humilde! Humilhação! Humildade – visão de Cristo. Humilhação – visão de Pedro. E nossa também. Pois esse ato, humilde em sua natureza, tona-se humilhação face à nossa ‘grandeza’. Mas não era assim que Jesus o via. Ele o via como obra de cada cristão. E o Senhor, o Cristo, o protótipo de cada cristão, estava apenas dando um exemplo. No entanto, não se deve pensar que toda a questão se resume a lavar os pés de alguém, como se isso fosse uma obra acima de tudo, que tivesse o valor extraordinário que se possa imaginar. Lavar os pés era uma obra útil e necessária. Por isso, era uma obra de amor e só de amor. Isso é comprovado quando Pedro, a princípio não querendo que Jesus lhe lave os pés, mas descobrindo logo após o valor desse ato, deseja que Jesus o lave todo. Jesus se nega a fazê-lo argumentando que ele já estava limpo. E, para completar o exemplo, diz: ‘Se compreenderdes isto e o praticardes, sereis felizes’. A felicidade que brota desse ato e de tantos outros baseados no amor de Cristo e na humildade mostrada por Ele é felicidade do próprio Cristo em nós, é sua glória que não desceu da cruz naqueles momentos angustiantes. – Senhor Jesus, dá-me teu amor e tua humildade para reconhecer os meus pecados e a necessidade de receber o perdão. Junto com esse perdão torna-me humilde para ver todas as necessidades do próximo e tentar ajuda-lo. Amém” (Martinho Lutero Hoffmann Filho – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes). 

Pe. João Bosco Vieira Leite