(At 4,8-12; Sl 117[118]; 1Jo 3,1-2; Jo 10,11-18).
1. Sob a imagem que domina o centro da
nossa liturgia de hoje, Cristo, o Bom Pastor, a Igreja nos convida a rezar
pelas vocações sacerdotais e religiosas. É claro que o chamado divino diz
respeito a todos os homens e mulheres, por isso, nossa primeira vocação é
vivermos nossa condição filial.
2. A 2ª leitura no lembra que pela fé e
pelo batismo, temos uma comum vocação e dignidade: somos filhos de Deus, não de
modo metafórico, mas realmente participante da vida divina, e por causa dessa
comunhão, um dia o veremos tal como é.
3. Assim recordados dessa verdade,
devemos conduzir a nossa existência terrena segundo esta altíssima vocação e
dignidade de filhos de Deus.
4. A 1ª leitura, por sua vez, nos
acrescenta essa comum vocação de anunciar o mistério da morte e ressurreição de
Cristo. Ele é a nossa salvação. Um anuncio que está para além das palavras, com
a nossa vida ‘diferente’ dos não crentes.
5. O estilo ou o espírito com que
devemos cumprir a nossa missão no mundo vem do próprio Jesus, o bom Pastor:
serviço, e disponibilidade, que significa uma mentalidade em plena antítese com
aquela do mundo, que é de mercenários ou aproveitadores.
6. Viver essa filiação e missão, cada
um, em seu estado de vida. Mas a Igreja nos convida a olhar também, a partir da
figura do Bom Pastor, as vocações sacerdotais e consagradas a Deus e a serviço
do povo cristão. Nas nossas comunidades de fé, nossa prece e olhar se volta
para os sacerdotes.
7. Dele se exige que seja um cristão de
fé profunda e madura, e o 1º seguidor do único Pastor, Cristo, para poder
caminhar com Ele diante de suas ovelhas, como exemplo de virtudes evangélicas,
dispensador desinteressado dos mistérios de Deus nos sacramentos.
8. Que não tenha espírito de dominação;
que saiba dividir tarefas e responsabilidades entre os membros da comunidade da
qual é animador, presidindo-a na caridade; em seu profetismo, saiba anunciar e
denunciar, seja sinal de unidade, conheça seus paroquianos, seja solidário com
os pobres e sofredores.
9. De um modo geral, o povo cristão
reconhece logo o autêntico pastor que procura o bem dos seus e os serve com
lealdade. Mas existem tais homens? É fácil exigir dos outros, e em particular
dos sacerdotes a quem com frequência se pede demais e a quem se critica sem
piedade, esquecendo que somos todos limitados e com falhas humanas.
10. Somente coma força do Espírito de
Cristo e com a colaboração responsável dos seus próprios fiéis, poderá o
sacerdote pastor da comunidade cumprir sua vocação e encargo eclesial. E um
cristão consciente, por sua vez, sabe que nosso comum Pastor é Cristo, que
nessa grande família cristã somos todos colaboradores daquele que tudo faz: o
próprio Deus.
Pe. João Bosco Vieira Leite