Quinta, 22 de abril de 2021

(At 8,26-40; Sl 65[66]; Jo 6,44-51) 

3ª Semana da Páscoa.

“Eu sou o pão vive descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente.

E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo” Jo 6,51.

“O anseio básico da vida é por vida e vida em plenitude. Todas as culturas testemunham esta percepção: a vida, por mais mortal que seja, sobrevive à morte. Algo de nós perdura e é mais forte que a desestruturação cósmica pela entropia ou pela diluição de nossa base biológica. Mas não queremos qualquer tipo de sobrevivência, por mais longa que seja. A dinâmica da vida é ascendente e visa o pleno desabrochamento de todas as potencialidades latentes em cada ser vivo. Quando isso ocorre, irrompe a eternidade. Cristo vem ao encontro de nossa busca. Promete-nos a vida para sempre na forma concreta concretíssima do pão que se come diuturnamente. Veja que Cristo alarga sua promessa de vida. Não é só para os humanos. Mas para o mundo inteiro. Pois a criação quer a vida eterna e participar da fonte que é Deus. E esse pão é Ele mesmo, o Deus presente na carne humana, Jesus Cristo. Ele quer ser comido, quer dizer, quer entrar de tal maneira em nossa vida que, à semelhança do alimento, ele também vira alimento e assim vida de nossa vida. Maior identificação não existe, pois Ele não apenas se acercou do outro. Fez-se um dos nossos. – Senhor, Te agradecemos porque escutastes nosso grito por vida junto com o gemido de toda a criação por plenitude. Deste-nos a Ti mesmo na forma singela do pão e do vinho para que se transformassem em nossa carne e em nosso sangue e assim fluísse para dentro de nós a vida ressuscitada. Agora já não gritamos, apenas, alegres, louvamos. Amém (Leonardo Boff – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite