(At 8,26-40; Sl 65[66]; Jo 6,44-51)
3ª Semana da Páscoa.
“Eu sou o pão vive
descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente.
E o pão que eu darei
é a minha carne dada para a vida do mundo” Jo 6,51.
“O anseio básico da
vida é por vida e vida em plenitude. Todas as culturas testemunham esta percepção:
a vida, por mais mortal que seja, sobrevive à morte. Algo de nós perdura e é
mais forte que a desestruturação cósmica pela entropia ou pela diluição de
nossa base biológica. Mas não queremos qualquer tipo de sobrevivência, por mais
longa que seja. A dinâmica da vida é ascendente e visa o pleno desabrochamento
de todas as potencialidades latentes em cada ser vivo. Quando isso ocorre,
irrompe a eternidade. Cristo vem ao encontro de nossa busca. Promete-nos a vida
para sempre na forma concreta concretíssima do pão que se come diuturnamente.
Veja que Cristo alarga sua promessa de vida. Não é só para os humanos. Mas para
o mundo inteiro. Pois a criação quer a vida eterna e participar da fonte que é
Deus. E esse pão é Ele mesmo, o Deus presente na carne humana, Jesus Cristo.
Ele quer ser comido, quer dizer, quer entrar de tal maneira em nossa vida que,
à semelhança do alimento, ele também vira alimento e assim vida de nossa vida.
Maior identificação não existe, pois Ele não apenas se acercou do outro. Fez-se
um dos nossos. – Senhor, Te agradecemos porque escutastes nosso grito
por vida junto com o gemido de toda a criação por plenitude. Deste-nos a Ti
mesmo na forma singela do pão e do vinho para que se transformassem em nossa
carne e em nosso sangue e assim fluísse para dentro de nós a vida ressuscitada.
Agora já não gritamos, apenas, alegres, louvamos. Amém” (Leonardo Boff
– Graças a Deus [1995] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite