Sexta, 22 de fevereiro de 2019


(1Pd 5,1-4; Sl 22[23]; Mt 16,13-19) 
Cátedra de São Pedro.

“Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la” Mt 16,18.

“O pescador afeito às redes e afoito nas palavras jamais imaginaria que seu Mestre lhe desse honra tão grande a ponto de ser chamado Pedro, isto é, pedra, algo duro, resistente. Acontece, porém, que ele teve a resposta certa na hora certa, pois, ao ser perguntado, sobre quem era Jesus, não teve dúvidas: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo’. Por isso ele se tronou Pedro. Mas será que esse Pedro se tronou um monumento solitário, uma espécie de ilha cercado por um mar de descrença por todos os lados? De modo algum. Junto dele havia pelo menos mais dez pessoas com a mesma resistência de fé. E pouco tempo depois esse número teria aumentos sensacionais. No entanto, nós, às vezes, nos sentimos um tanto solitários. Vamos à igreja, é verdade. Dizemos a Jesus nos hinos, no Credo, nas orações, que ele é Cristo. Vemos ao lado muita gente fazendo o mesmo. No dia seguinte, porém, a alegre exclamação já parece um tanto desbotada, e a Igreja, não como instituição que administra dinheiro e bens como fraternidade, como mensagem, nos dá a nítida impressão de ter sido engolida pelas forças opostas. De fato, esse mundo social e cultural que habitamos não é o mundo da igreja. Há um conflito às vezes claramente aberto, às vezes apenas pressentindo, mas permanentemente. É então que ameaçamos desabar. Muito bem. Qual a novidade? Pedro também desabou quando, lhe parece que o inferno havia dominado tudo, negou a Jesus? O importante no caso é não cair no desespero. É confiar naquele que enfrentou tudo e nos garante que as portas do inferno não levarão vantagem sobre a Igreja. E não levará mesmo. – Senhor Jesus, faze de cada um de nós um Pedro resistente e confiante em tua promessa. E não deixes que as portas do inferno levem vantagem sobre a tua Igreja. Amém”. (Martinho Lutero e Iracy Dourado Hoffmann – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite