Segunda, 4 de fevereiro de 2019


(Hb 11,32-40; Sl 30[31]; Mc 5,1-20) 
4ª Semana do Tempo Comum.

“Então o homem foi embora e começou a pregar na Decápole tudo o que Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados” Mc 5,20.

“O relato contextual (Mc 5,1-20) desse versículo nos permite entrar em contato com uma situação de trevas, destruição e morte. Tudo isso atribuído a demônios, a forças invisíveis e poderes sobrenaturais. Essas forças dominam o ser humano de dentro para fora. São os nossos ‘demônios interiores’ que, se não forem expulsos, nos dominam ao extremo. Eles poderão ser associados aos nossos pecados do ódio, rancor, ressentimentos, falta de perdão, raiva, espírito de vingança. E nos maltratam destruindo nossa personalidade e nos fazendo sentir como mortos. Por isso, o relato bíblico associa o moço a túmulos, cemitério. Ele estava vivo, mas vivia como morto. A vida vivida sem uma direção, um foco a ser observado e seguido se torna algo impossível de ser vivido. Daí que, se não conseguimos morrer de desgosto, procuramos nos cortar, furar ou espetar. Os gestos de morte deste moço remetem a diagnóstico depressivo e, aparentemente, sem cura. Nem precisamos ser da área da psicologia para percebermos que esse moço é alguém que não se ama. Naquele tempo, muitas doenças eram consideradas possessões por espíritos impuros. Essas doenças tinham suas causas obscuras. Eram elas mudez, surdez, cegueira, epilepsia, doenças mentais, febres etc. “Foi em meio ao conflito entre as forças antagônicas a Deus e as forças de vida do reinado dele que Jesus entendeu sua missão... Jesus aniquilava a força do mal que nasce do coração humano e se materializa nas instituições da sociedade... que desumaniza’ (Ildo Bohn Gass). Jesus devolve às pessoas a sua condição humana e as coloca na posição de libertas, ou seja, de pé. De escravo das forças desconhecidas, passa a ser um evangelizador espalhando as maravilhas de tudo o que Jesus fez em sua vida. – Obrigado, Soberano Senhor, por sempre agires na nossa vida no óbvio do dia a dia. Livra-nos do nosso mal interior! Amém!”  (Gilberto Orácio de Aguiar – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).  

  Pe. João Bosco Vieira Leite