Quinta, 7 de fevereiro de 2019

(Hb 12,18-19.21-24; Sl 47[48]; Mc 6,7-13) 
4ª Semana do Tempo Comum.

“Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo” Mc 6,13.

“Todo o evangelho de Marcos é entremeado de confrontos de Jesus com os demônios. É um fato que parece estranho ao leitor de hoje. Mas, justamente numa época que mais e mais pessoas sofrem de problemas psíquicos, o conflito de Jesus com os demônios se reveste de grande atualidade. Trata-se de livrar o ser humano do poder destruidor das forças do mal. O ser humano se vê hoje situado em um mundo dominado pelo mal. Um sinal claro disso é o aumento da violência e do terror. Há também muitos que estão fascinados pelo poder do mal. Muitas vezes, trata-se de pessoas magoadas que procuram, por sua vez, magoar outros. Elas só se sentem vivas na medida em que podem martirizar outros. Há outros que se tornam maus porque tiveram de suportar durante anos ofensas e humilhações. Jesus vai ao encontro dessas pessoas. Ele não tem medo de seu contato. Ele vai até elas e as levanta. Ele lhes dá coragem para assumirem a si mesmas. Ele as aceita em sua aflição e lhes devolve sua dignidade. No Evangelho de Marcos encontro um Jesus que luta pelo ser humano, que se arrisca a enfrentar os demônios, que opõe ao medo a confiança e ao desespero a esperança. Mas esse mesmo Jesus que luta com plenos poderes contra o poder dos demônios revela-se impotente quando lhes é entregue na paixão. Marcos une a plenipotência e a impotência de Jesus no assim chamado mistério do Messias. Jesus ordena a seus discípulos e aos doentes curados por ele que guardem silêncio a respeito de suas obras poderosas. Ninguém deve saber quem é esse Jesus na verdade. Só depois, na morte e na ressurreição de Jesus, ficará manifesto que Jesus era o Messias, com o qual muitos já o tinham identificado em vida. É uma imagem do Messias que difere totalmente da libertação política. O Messias só é reconhecido em seu verdadeiro ser depois da elevação de Jesus pela ressurreição” (Anselm Grun – Jesus, Caminho para a Liberdade – Loyola).  


Pe. João Bosco Vieira Leite