(1Rs 8,22-23.27-30; 83[84]; Mc 7,1-13)
5ª Semana do Tempo Comum.
Salomão, em sua oração, expressa seu
desejo de sacramentalizar as relações do seu povo com Deus. O templo quer ser
um sinal sensível da fé, um símbolo dessa Sua presença entre nós. Essa
consciência de Salomão se desdobrará em seu zelo pelo lugar sagrado, na beleza
que imprime ao local como expressão da própria beleza de Deus, cuja face não
vemos, mas percebemos no mistério dos ritos, dos gestos e das pessoas, que de
alguma forma Ele olha para nós.
O templo é a casa do louvor, mas é
preciso que nossos lábios proclamem o que está em nosso coração, por isso Jesus
adverte os fariseus e os mestres da lei para a sinceridade com que devemos
estar na presença do Senhor. O Templo pode burocratizar as nossas relações com
Deus e fazer perder a espontaneidade e a sinceridade. Esvaziamos não só a
Palavra de Deus, mas o próprio culto quando nossa atitude de escuta não nos
leva a atitudes mais sinceras a partir do que intuímos em nosso coração. Para
Jesus a dinâmica do amor é sempre criativa quando iluminada pela palavra de que
Ele mesmo nos dirige.
Pe. João Bosco Vieira Leite