Sexta, 12 de fevereiro de 2016


(Is 58,1-9; Sl 50[51]; Mt 9,14-15) 
Depois das Cinzas.

O tema do jejum domina a liturgia da palavra, primeiro na voz do profeta que reclama de um jejum que não comporta uma preocupação com o outro, mas apenas o cumprimento de regras e o exercício externo da dor. Deus sente a partir de dentro, da dor de milhares de homens e mulheres que não podem ter uma vida mais plena. É necessário aprender a renunciar em favor do outro. Jesus fala da alegria de sua presença entre os discípulos e por isso não há necessidade de jejum entre eles; eles aprenderão do mestre a renúncia necessária e o momento de jejuar, seja pela ausência do “noivo” ou por exercício de desapego. O salmista nos diz que Deus prefere um coração contrito e humilde. Peçamos perdão, se nosso jejum não é um ato de misericórdia.

Catequese litúrgicaO tempo quaresmal é um tempo de sobriedade. Tempo em que exigimos mais de nós mesmos, usando maior vigilância evangélica, a fim de renovarmos a soberania de Deus sobre nós, unidos ao Cristo que vai ao encontro de sua Paixão. Cada um terá a sua maneira própria de viver este tempo, no que deve melhorar, no gesto concreto a realizar... Mas para todos o tempo quaresmal será de maior oração, de participação nas reuniões litúrgicas da comunidade ou nos encontros do grupo de famílias (Campanha da Fraternidade). E ainda é o tempo propício para uma confissão sincera. A Igreja não determina mais jejum e abstinência em toda a quaresma a não ser na quarta-feira de cinzas e a sexta-feira santa que sãos os dois dias de jejum e abstinência prescritos no Brasil. Mas isso não significa que o cristão não os observe voluntariamente. Por este gesto, reconhecemos a soberania de Deus sobre todas as coisas. Biblicamente, a mortificação do corpo visa a libertação do homem, que com frequência acaba presa das tendências dos instintos. Porém, a Igreja não se atém tanto neste aspecto do jejum e da abstinência. A Igreja insiste mais na penitência do amor fraterno na prática.



Pe. João Bosco Vieira Leite