(Mq 7,14-15.18-20; Sl 102[103]; Lc 15,1-3.11-32)
2ª Semana da
Quaresma.
O profeta Miqueias expressa o desejo de
retornar aos cuidados divinos reconhecendo o Seu amor e a Sua misericórdia
manifestada no perdão e no esquecimento das antigas faltas. Nesse ano da
misericórdia o papa nos lembra que nos basta o impulso e o desejo na direção de
Deus para experimentarmos o seu amor. A declaração de nossas culpas é um
reconhecimento de que o pecado atinge não somente a mim, mas também aqueles que
me rodeiam, de uma forma ou de outra. Deus é a nosso favor, nunca contra nós.
Como entender tudo isso? Jesus nos
tenta convencer contando a parábola do Filho pródigo ou do pai bondoso. Assim é
Deus, sempre esperando o nosso retorno e ansioso por nos envolver em seu abraço
e restituir a dignidade de filhos. Nossa mudança de atitude é o melhor presente
que lhe oferecemos, é como quem recebe algo de precioso. O filho mais velho não
entende, envolto numa relação calculada com o pai, não lhe permite e nem se
permite, amar somente, compadecer-se pela indigência do outro. Uma parábola sem
um final muito claro gera uma angústia no leitor, pois lhe cobra sempre, a
partir de si, um final para o que foi narrado, um posicionamento que define uma
relação, uma vida, uma festa eterna.
Pe. João Bosco Vieira Leite