Quarta, 17 de fevereiro de 2016


(Jn 3,1-10; Sl 50[51]; Lc 11,29-32) 
1ª Semana da Quaresma.

O livro de Jonas é cheio de sutilezas com relação ao chamado, à resistência, à compreensão da misericórdia divina, mas no contexto da quaresma (“ainda quarenta dias”; cobrir-se de cinzas, afastar-se do mau caminho) o que conta é a força da palavra de Deus, capaz de convencer à conversão. Se bem verdade que aqui ela vem com o peso da ameaça divina. Mas só o deixar-se convencer que existe um Deus de quem a nossa existência depende já é um passo significativo no processo de aproximação e reconciliação.

O evangelho também faz uma menção a Jonas no sentido que esse pequeno profeta foi acolhido pelos habitantes de Nínive que acreditaram em sua palavra. Jesus, o “grande profeta” deveria ser acolhido pela força de sua Palavra e presença, não tanto pelos sinais que a multidão busca. Jonas não fez nada de prodigioso e, no entanto, acreditaram nele, por isso os ninivitas aparecem como “grandes” diante de um Israel que viu, ouviu e sentiu a presença de Deus e não se converteu. Também nós não buscamos sinais para crer? Não buscamos certezas na nossa oração? A Palavra não nos basta? Onde está verdadeiramente a nossa confiança?




Pe. João Bosco Vieira Leite