(Jn 3,1-10; Sl 50[51]; Lc 11,29-32)
1ª Semana da Quaresma.
O livro de Jonas é cheio de sutilezas
com relação ao chamado, à resistência, à compreensão da misericórdia divina,
mas no contexto da quaresma (“ainda quarenta dias”; cobrir-se de cinzas,
afastar-se do mau caminho) o que conta é a força da palavra de Deus, capaz de
convencer à conversão. Se bem verdade que aqui ela vem com o peso da ameaça
divina. Mas só o deixar-se convencer que existe um Deus de quem a nossa
existência depende já é um passo significativo no processo de aproximação e
reconciliação.
O evangelho também faz uma menção a
Jonas no sentido que esse pequeno profeta foi acolhido pelos habitantes de
Nínive que acreditaram em sua palavra. Jesus, o “grande profeta” deveria ser
acolhido pela força de sua Palavra e presença, não tanto pelos sinais que a
multidão busca. Jonas não fez nada de prodigioso e, no entanto, acreditaram nele,
por isso os ninivitas aparecem como “grandes” diante de um Israel que viu,
ouviu e sentiu a presença de Deus e não se converteu. Também nós não buscamos
sinais para crer? Não buscamos certezas na nossa oração? A Palavra não nos
basta? Onde está verdadeiramente a nossa confiança?
Pe. João Bosco Vieira Leite