Sexta, 26 de fevereiro de 2016


(Gn 37,3-4.12-13.17-28; Sl 104[105]; Mt 21,33-43.45-46)
2ª Semana da Quaresma.

Outro protótipo da paixão de Cristo aparece na figura de José, vendido pelos irmãos, por inveja de ser tão amado pelo pai e ainda traz o apelido pejorativo de “sonhador”. Olhemos, rapidamente, parte por parte. Sim, Jesus é o filho amado, predileto, a quem devemos escutar. O sonho de Deus, de um mundo curado e libertado é personificado na ação e na pregação de Jesus. As autoridades religiosas do tempo de Jesus são incapazes de admitir que Deus se manifesta particularmente nele, porque sentem inveja da sua fama em meio ao povo e porque as críticas de Jesus de uma religião presa a detalhes e normas, mas pouco amorosa, lhes atinge em cheio. A que situação pode nos levar tais sentimentos repulsivos?

A resposta está na parábola que Jesus conta no evangelho. Acabaram por matar o Filho para tomar posse de sua herança. Não, Deus não age por impulso, não “vinga” a morte do Filho, mas a oferece como redenção, sem deixar que seu sonho morra. Esse mundo existe por pura misericórdia. Em cada geração cristã o sonho de Jesus sobrevive e se manifesta de maneira nova a partir de novos desafios. Buscar viver a dinâmica do Reino, ainda que pareça pequeno e insignificante a minha contribuição, é permitir que o “sonhador” sobreviva em nós. Que bom, que tens coragem de sonhar...



Pe. João Bosco Vieira Leite