Quarta, 24 de fevereiro de 2016


(Jr 18,18-20; Sl 30[31]; Mt 20,17-28) 
2ª Semana da Quaresma.

É bonito e interessante esse texto de Jeremias que nos introduz no mistério da paixão de Cristo. Ele é alvo de uma conspiração maldosa daqueles por quem o próprio profeta intercedeu. Um retrato conciso do processo da paixão onde Jesus também orou ao Pai diante do sofrimento que dele se aproximava. Talvez nos questionemos se é lícito rezar ao Senhor por certos eventos que acontecem na nossa vida, uma vez que ele tudo sabe e tudo permite para daí tirar um bem maior. Sim, é lícito. Nem sempre compreendemos exatamente se a vontade de Deus está se cumprido ali ou algum capricho pessoal fez levantar-se aquela situação. Tudo em nossa vida deve ser apresentado ao Senhor, angústias, aflições, alegrias e êxitos, tudo deve estar sob Seu olhar. Um filho tudo partilha para perceber as ressonâncias do coração do pai.

No espírito da 1ª leitura, Jesus comunica aos seus discípulos o que lhe vai acontecer. A mãe dos filhos de Zebedeu não entendeu bem do que Jesus estava falando, mas antecipa-lhe que o cálice de que Jesus irá provar chegará também para eles de alguma forma, basta que sejam verdadeiramente seus discípulos. Quando somos de fato discípulos de Jesus, a sua paixão atravessa a nossa estrada em algum momento. Os outros discípulos viram nesse pedido da mãe a busca de privilégio; Jesus esclarece que o verdadeiro privilégio é poder servir, doando a própria vida, como Ele mesmo fez.

Orar é também contrapor nossos planos aos planos divinos e ir percebendo como se casa a minha intenção de realização na vida com a minha fé.


Pe. João Bosco Vieira Leite