Sexta, 22 de agosto de 2025

(Is 9,1-6; Sl 112[113]; Lc 1,26-38) Bem-aventurada Virgem Maria Rainha.

“O anjo entrou onde ela estava e disse: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!’” Lc 1,28.

“Quem primeiro exaltou as grandezas de Maria foi o Anjo com esta saudação: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é convosco’ (Lc 1,28). Com ela está o Senhor a ponto de se tornar seu Filho. Poderá haver maior dignidade do que esta para uma simples criatura? Vem depois Isabel que ‘exclamou em alta voz: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre... bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento das coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor’ (ibidem, 42-45). Maria recebeu a maior bênção de Deus, que a fecundou com a maternidade virginal e divina. Bendita foi Maria proclamada, porque Mãe do Senhor; e bem-aventurada, porque acreditou na palavra de Deus. Anos depois uma outra mulher louva-la-á, transpondo para ela a própria admiração pelo Filho: ‘Bem-aventurado o seio que te trouxe e os peitos que te amamentaram!’ (Lc 11,27). Maria conhece as próprias grandezas e tão límpida é sua humildade que pode cantar sem se perturbar: ‘Bem-aventurada me chamarão todas as gerações porque grandes coisas fez em mim o Onipotente’ (Lc 1,48-49). Humílima, profetizou sua glória sem tomar para si a mínima parcela. A glória de Maria há de servir unicamente para exaltar a Deus que soube fazer, de uma criaturinha, a Mãe de Deus. A realeza de Maria é penetrada inteiramente por esta suave humildade, pela qual é muito mais Mãe que Rainha. Todavia, é Mãe-Rainha: sua realeza é benigna e dulcíssima! Dela se vale para trazer aos homens a salvação merecida pelo Filho. Sua materna realeza torna-a poderosa sobre o Coração de Jesus, para obter graças de conversão e de perdão. Poderosa para reconduzir os pecadores, sustentar os fracos, infundir coragem aos desanimados, força aos perseguidos, para atrair os afastados e dispersos. Invoca-a a Igreja com toda a confiança e convida seus filhos a suplicá-la para que, ‘exaltada ao céu acima de todos os anjos e bem-aventurados... interceda junto ao Filho a fim de que toda a família dos povos chegue felizmente a se reunir num só Povo de Deus, para a glória da Santíssima e indivisa Trindade’ (LG 69)” (Gabriel de Sta. Maria Madalena, OCD – Intimidade Divina – Loyola)

 Pe. João Bosco Vieira Leite