(Jz 11,29-39; Sl 39[40]; Mt 22,1-14) 20ª Semana do Tempo Comum.
“Quando o rei entrou para ver os convidados, observou ali um homem que não estava usando o traje da festa” Mt 22,11.
“Mas então vem o contraste que aborrece a tantos. O rei passa a observar os convivas. Um deles não está devidamente trajado com a veste nupcial. Há exegetas que partem do princípio de que a veste nupcial é uma veste recebida como presente. Dizem que em Israel é costume entregar ao convidado também uma roupa condizente com a festa. Nesse caso, a veste nupcial simbolizaria a fé que nos foi dada. Essa intepretação é muito comum na exegese protestante. De acordo com Luz, essa explicação da roupa presenteada não se sustenta do ponto de vista exegético. Na Antiguidade não era necessário comparecer ao banquete nupcial com roupa festiva, e sim com roupa limpa. Portanto, o convidado precisava preparar-se para o casamento lavando antes a sua veste. Os Padres da Igreja tinham diversas interpretações para essa veste: ela simbolizaria a santidade da carne (Tertuliano), as boas ações (Jerônimo), o amor (Agostinho), ou o próprio Cristo do qual os batizados se revestem. A parábola quer dizer, provavelmente, que o convite é um mero presente, mas que o convidado deve contribuir com a sua parte, limpando a sua veste, ou seja, esforçando-se para levar uma ‘vida pura’. O presente exige uma contrapartida. Eu mostro o meu respeito para com o doador, correspondendo a ele com toda a minha existência. O banquete do qual participam bons e maus é uma imagem da Igreja que se compõe sempre de pessoas boas e más. Ela nunca é uma Igreja pura, e sim uma Igreja mista: a Igreja dos pecadores. Nela há lugar também para o pecador. Mas este deve esforçar-se para limpar a sua veste. Quem não corresponder à graça será lançado nas trevas. É uma imagem do juízo final” (Anselm Grün – Jesus, Mestre da Salvação – Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite