(1Ts 3,7-13; Sl 89[90]; Mt 24,42-51) 21ª Semana do Tempo Comum.
“Por isso, também vós ficai preparados! Porque, na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá”
Mt 23,44.
“O sentido geral ou espinha dorsal das parábolas que seguem, em todas é o mesmo: deve-se estar preparado por meio de uma vida reta, pela prática das boas obras. Nesta primeira parábola, Jesus exorta os seus a permanecer vigilantes: não sabemos exatamente nem o dia, nem a hora de sua vinda. Nem o dia nem a hora, isto é, o momento da sua chegada, e isto não deve fazer desesperar, ou criar em nós sentimentos ou situações de angústia e temor. Deve-nos, sim, mover a permanecer ativos, em vigilância perpétua e em uma prudente e confiante espera. A angústia e o temor não são obras de Deus, nem são desejadas por Deus. O que Deus mais deseja e o que nos dá é a paz e a serenidade de espírito, a amorosa confiança na sua divina Providência. Velar, estar atento, encontrar-se sempre prontos acompanhando a vigilância com a oração contínua. Vigilância sobretudo naquilo que, de uma ou de outra forma, possa nos separar de Deus, do cumprimento de nossos deveres; vigilância para corresponder adequadamente à nossa vocação ao apostolado. Vigilância para que não haja nada em sua vida que sujeite demais seu entendimento, absorva seus pensamentos, ou entorpeça seu coração. Vigilância para que não se ofusque seu coração, abandonando o caminho do bom agir. Vigilância para que as ocupações cotidianas, os deveres de cada dia não cheguem a ocupar embaraçosamente seu coração, não o abatam por um lado, ou não o encantem por outro, angustiando-o ou inutilizando-o. Não basta nossa vigilância, nem basta nosso interesse, nem nosso esforço; sem ajuda de Deus, nada conseguiríamos e não poderíamos perseverar na prática do bem, no caminho da virtude e, comumente falando, a graça de Deus, a ajuda de Deus é-nos concedida pela oração; por isso, Jesus nos exorta a que oremos sem interrupção. O Senhor quis que a hora de sua chegada nos fosse desconhecida, para que essa hora nos fosse sempre suspeitada e, por não podermos prevê-la, esperamo-la sempre. Outra aplicação deste evangelho é o cuidado que você deve ter consigo mesmo(a) e com sua própria vida. ‘Estais preparados’, adverte-nos o Senhor. Eu quero supor que você é um apóstolo de Jesus Cristo, e os apóstolos do Senhor também devem sentir como ditas para si mesmos estas palavras, não aconteça que enquanto se dedicam aos outros descuidem-se eles de sua própria vida interior. ‘Estais preparados’, isto é, procurai que não vos dominem as coisas materiais ou as obrigações de ordem temporal, embora seja necessário cumpri-las; porém, não se permita que o coração fique preso entre elas sem desejos, nem forças, nem entusiasmo para dedicar-se às coisas do espírito” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).
Pe. João Bosco Vieira Leite