(Dn 7,9-10.13-14; Sl 96[97]; Lc 9,28-36) Transfiguração do Senhor.
“Enquanto rezava, seu rosto mudou de
aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante” Lc 9,29.
“Só
Lucas relata que Jesus, na hora da sua transfiguração, orava. ‘Enquanto rezava,
o aspecto de seu rosto mudou, e suas vestes se fizeram brancas e
resplandecentes’ (Lc 9,29). Na oração entramos em contato com a nossa
verdadeira essência. Aí tudo o que é superficial é eliminado. Desfaz-se a
máscara por trás da qual nos escondíamos. ‘Transfiguração’ significa que
transparece o essencial, a nossa original beleza. O brilho divino que existe
dentro de nós irradia do nosso rosto. Então reconhecemos que somos a glória de
Deus. Enquanto Jesus é transfigurado, aparecem Moisés e Elias. Moisés é o
legislador e o libertador. Quando oramos, a nossa vida se ordena, e
experimentamos em Deus a verdadeira liberdade. O que os outros pensam de nós já
não é tão importante. Elias é o profeta. Na oração descobrimos a nossa missão
profética, adivinhamos que com a nossa vida podemos expressar algo que somente
através de nós pode se tornar visível neste mundo. Na oração – assim nos ensina
o relato da transfiguração de Jesus – entramos em contato com o nosso ‘eu’
verdadeiro, e então a glória de Deus reluz em nós. Verdade é que aquilo que
experimentamos orando não pode ser segurado. Escapa-nos sempre de novo. Uma
nuvem escurece novamente a nossa visão, e com apenas a lembrança dessa luminosa
experiência temos de voltar para o vale, muitas vezes nebuloso, do nosso
dia-a-dia” (Anselm
Grün – Jesus, modelo do ser humano – Loyola).
Pe.
João Bosco Vieira Leite