(Jz 9,6-15; Sl 20[21]; Mt 20,1-16) 20ª Semana do Tempo Comum.
“Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence?
Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?” Mt 20,15.
“O proprietário dirige-se ao porta-voz dos queixosos com o tratamento familiar ‘meu amigo’. Lembrando o contrato feito, pergunta tanto a ele quanto ao leitor irritado com o desfecho da história: ‘Não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou então o teu olho é mau por que sou bom [para com os outros]?’ (20,15). A pergunta é como uma fisgada no coração do porta-voz, como também no coração do ouvinte e do leitor. Com essa pergunta, Jesus descreve a sua própria essência e a de Deus. Deus é bom, mas a sua bondade não pode ser contabilizada. Ela não é devida. Na época da Reforma, essa parábola era interpretada como a vitória da graça sobre qualquer ideia ou pretensão de merecimento. Mas essa é também uma visão unilateral, porque o proprietário dá a cada um o salário justo que ele merece. É que a justiça de Deus que se manifesta no procedimento do proprietário da vinha ultrapassa todo e qualquer cálculo humano” (Anselm Grün – Jesus, Mestre da Salvação – Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite