Quinta, 14 de agosto de 2025

(Js 3,7-11.13-17; Sl 113[114]; Mt 18,21—19,1) 19ª Semana do Tempo Comum.

“Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: ‘Senhor, quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?’” Mt 18,21.

“Os cristãos devem perdoar-se mutuamente, assim como eles são perdoados por Deus. No evangelho anterior, falou-se da correção fraterna e agora se coloca uma nova exigência da caridade: o perdão das injúrias, indispensável para que a caridade possa reinar entre os homens. Pedro pergunta a Jesus, como a sugerir-lhe alguma limitação à caridade; Pedro crê que se mostra aberto e generoso, propondo como máximo perdoar sete vezes. Apesar de o número ser um número indefinido na Bíblia, o sentido que Pedro parece dar a sua exposição é que, segundo ele, tem de haver algum limite no qual cesse o dever de perdoar, se a ofensa continua. Jesus rejeita essas limitações, sem deixar lugar para a réplica; Jesus emprega outro número simbólico, fazendo com que este seja verdadeiramente indefinido; insiste hiperbolicamente com os múltiplos do sete para salientar a necessidade de um perdão sem limites. É preciso perdoar, perdoar sempre e perdoar de todo o coração; a caridade não reconhece limites, nem diminuição ou atenuantes: ama-se e ama-se realmente e, portanto, ama-se sempre. O Pai celestial ensina-nos como devemos perdoar de coração nosso próximo; é ele mesmo quem põe em nosso coração, apesar de todas as dificuldades e sentimentos humanos, a capacidade de perdoar ao próximo, de rogar por ele e de desejar-lhe todo bem. Paulo nos recordará mais tarde esse ensinamento, quando, escrevendo aos efésios, diz: ‘Antes, sede uns com os outros bondosos e compassivos. Perdoai-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou, em Cristo’ (Efésios 4,32)” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

 Pe. João Bosco Vieira Leite