Quinta, 25 de fevereiro de 2021

(Est 4,17; Sl 137[138]; Mt 7,7-12) 

1ª Semana da Quaresma.

“Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que lhe pedirem!” Mt 7,11.

“Jesus nos encoraja a pôr as nossas necessidades perante Deus, uma ação muito simples que Ele descreve de três modos. Primeiramente, podemos, apenas e simplesmente, pedir a Deus. Rezar não é um ato de magia. Na oração não há fórmulas, preparações ou ações especiais. Podemos apenas pedir do modo mais direto possível. Ou podemos procurar. Procurar implica ceder algum tempo e esforço e, por vezes, implica atravessar momentos de frustração. Mas quando procuramos com uma esperança verdadeira de encontrar aquilo que desejamos, podemos também ser conduzidos à alegria. Por fim, podemos agir como se batêssemos a uma porta, e isto sugere permanecer na expectativa de alguém que virá. Implica um encontro com alguém. Cristo nos assegura que levar as nossas necessidades a Deus destas formas nunca será em vão. Jesus explica com uma analogia. Os seres humanos, imperfeitos, sabem como dar aos seus filhos aquilo de que eles precisam. ‘Se vós, sendo maus’ significa ‘com todas as vossas faltas’: Cristo não está a denegrir a natureza humana, mas a dizer, simplesmente, que, em comparação com a generosidade sem limites de Deus, o nosso amor é algo muito frágil. E se o nosso amor pode dar o que é necessário aos nossos filhos, temos todas as razões para confiar em Deus tanto ou até mais do que as crianças humanas confiam nos seus pais. Se o texto começa por focar as nossas necessidades, termina com ênfase no ‘vosso Pai que está no céu’: o que verdadeiramente dá vida é uma relação de confiança com Ele. Pedir, procurar e bater à porta, mesmo quando não há uma resposta imediata e óbvia às nossas orações, são modos de penetrar e deixar crescer esta confiança que dá a vida. – Apesar de nossas maldades, apesar da presença do mal em nós e ao nosso redor, não permita, Senhor, perdermos a fé na bondade do coração humano. Ela existe porque, criaturas tuas, Tu és o Bem, a Bondade. Porque és bom, em ti, somos bons. Assim seja (Adriano Freixo Pinz – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite