Quarta, 24 de fevereiro de 2021

(Jn 3,1-10; Sl 50[51]; Lc 11,29-32) 

1ª Semana da Quaresma.

“No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas” Lc 11,32.

“Jonas era um profeta fujão, um pregador de má vontade. Admira-se por isso que sua pregação tenha tido resultado tão esplêndido a ponto de toda uma cidade que não tinha até então nenhum contato com os profetas judeus se converter a Deus com as mais profundas mostras de arrependimento. Avancemos alguns séculos e cheguemos até a época de Jesus. Encontraremos ali os judeus, o povo de Deus, fique isso bem claro, e, naturalmente, o próprio Jesus, o Filho de Deus. Desse encontro, raciocinando apenas com as expectativas da lógica, qual deveria ser o resultado? Uma explosão de fé antes jamais vista. Feito, porém, um balão murcho que se deforma no chão ou um outro que marca deixando o caçador sem sua presa – assim foi a pregação de Jesus aos seus contemporâneos nada de arrependimento, nada de fé, nada de amor, pelo contrário, rejeição, endurecimento, perseguição. De nós, talvez, também se espera muito. Criados numa cultura cristã, numa família cristã, numa igreja cristã – temos tudo para ser cristãos atuantes e amantes do Evangelho. Mas será que somos? Será que não usamos aquilo que chamamos de fé apenas como um escudo para a intenção mesquinha e egoísta? É só uma pergunta, que os ninivitas não responderam em nosso lugar. – Deus amado, queremos ouvir o chamado do teu Filho. Dá-nos forças para atendê-lo. Amém (Martinho Lutero e Iracy Dourado Hoffman – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite