(Ap 14,14-19; Sl 95[96]; Lc 21,5-11)
34ª Semana Tempo Comum.
“Vós admirais estas
coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído” Lc 21,6.
“No tempo de Jesus
havia uma presença muito forte do movimento escatológico, que chamava a atenção
para a proximidade do final da história. O discurso sobre o fim do mundo revela
a fragilidade das realidades humanas. A contestação de Jesus a respeito da
destruição do Templo de Jerusalém expressa o destino das realidades humanas:
‘Não ficará pedra sobre pedra’. O fim de tudo é a sua ruína. O Templo era
símbolo da relação de Deus com o povo escolhido. Experiência dolorosa, que será
acompanhada de tentativas de engano: muitos se apresentarão como messias,
anunciando a chegada do fim. Guerras e revoluções, terremotos e epidemias,
prodígios e sinais no céu se revelarão, também, essa chegada. Mas, ao contrário
do que diziam os falsos profetas, Jesus afirma que ‘não será o fim’, pois o fim
de uma instituição não significa o fim do mundo e nem o fim da relação entre
Deus e os seres humanos. Jesus aproveitava esta expectativa, como fim de
alertar para a importância de interpretar bem os sinais dos tempos, que
alertavam para o cumprimento das promessas de Deus. O Mestre assegura isso, com
a linguagem apocalíptica da época. Não lhe interessa, porém, inculcar em seus
ouvintes os sentimentos dos quais esta linguagem estava carregada. Ele quer tão
somente conscientizar a comunidade acerca da importância de dedicar-se às
coisas impossíveis de serem destruídas: a fé e o amor. Quando tudo tiver
chegado ao fim, apenas estas duas realidades subsistirão. Só elas podem
oferecer segurança e levar o discípulo a superar o medo terrificante que o
confronto com a escatologia provoca. A beleza sólida da fé e do amor
permanecerão, mesmo quando tudo o mais se tiver reduzido a escombros. Isto
porque são obras de Deus. – Pai, livra-me de centrar minha vida no que
é possível de destruição, e faze-me testemunhar a fé e praticar o amor ao
próximo” (Sônia de Fátima Marani Lunardelli – Meditações para o dia
a dia [2017] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite