Segunda, 23 de novembro de 2020

(Ap 14,1-5; Sl 23[24]; Lc 21,1-4) 

34ª Semana do Tempo Comum.

“Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus, aquilo que lhe sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver” Lc 21,4.

“No átrio das mulheres, encontrava-se a oficina do tesouro do templo, com seus treze cofres para que se depositassem as esmolas; as oferendas voluntárias davam-se primeiro nas mãos de um sacerdote, que as lançava em um cofre particular e, assim, podia-se ver o que cada um dava. Os outros doadores, por muito que oferecessem, não deram tanto como a pobre viúva, pois eles deram do ‘que lhes sobra, esta (...) deu (...) tudo que lhe restava para seu sustento’ (v. 4). É esta a atitude que Jesus louvava: a disposição do espírito da viúva; e por isso propõe-na como modelo para os outros. Lembre-se que a esmola é um meio de purificação da própria consciência pelos pecados cometidos. A esmola é, pois, uma boa ação. Não obstante, se a esmola for dada com intuito de aparecer ou com a intenção de chamara a atenção e merecer os louvores dos homens, já não se trata de virtude que tem mérito diante de Deus; o mérito da esmola depende do amor com o qual se oferece e não da quantidade do que é oferecido; quanto maior for o amor, maior será o mérito da esmola. O cristão deverá preocupar-se com seu futuro e com o futuro dos seus, contudo não deverá fazê-lo ansiosamente, mas sempre tendo presente a amorosa Providência do Pai celestial. O cristão, para todas as coisas e em todas as horas, somente deverá procurar apoio em Deus e em sua palavra; palavra que nunca pode falhar e que de fato nunca falha para com seus filhos. Vemos aqui outro ensinamento: Deus não se fixa tanto na quantidade do que lhe oferecemos, mas na intensidade do amor que lhe apresentamos. O que pesa na oferenda a Deus é o coração, não a simples materialidade de uma oferenda, como era o caso da ostentação das oferendas farisaicas. Por isso, ele não olha para o que lhe oferecemos, mas sim para o amor com que lhe oferecemos, como Jesus não fixou seu olhar na quantidade que a pobre viúva ofereceu, mas na generosidade de sua doação, de seu coração, que se entregou totalmente. É bom que os leigos cristãos se recordem da obrigação de manter o culto. Em nada melhor se pode empregar o dinheiro que em procurar a glória de Deus e em atender às necessidades do culto; é isso uma obrigação e é uma norma, da qual não se pode esquecer – Vivência: O óbolo da viúva pode fazê-lo(a) refletir que até o presente, na maioria dos casos, quando você se pôs a orar ao Senhor, foi para pedir-lhe algo; e em muito poucas ocasiões, para dar-lhe algo. Não pense que a Deus nada se pode dar, porque ele já possui tudo, nem mesmo pense que você é tão pobre que nada possa dar; ambas as posições são inexatas. Ofereça também ao Senhor a entrega diária de sua atividade, colocando-a sob auspício divino e a serviço dos homens; não se esqueça do que diz Jesus: ‘Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizeste isto a um destes pequeninos, foi a mim que o fizeste’ (Mateus 25,40). Reveja, pois, o tradicional costume cristão do oferecimento diário de sua atividade, e veja não só se você a realiza, mas com que espírito você a realiza” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave- Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite