(Fl 4,10-19; Sl 111[112]; Lc 16,9-15)
31ª Semana do Tempo Comum.
“Por isso, se vós não
sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem?” Lc 16,11.
“A questão do
dinheiro e da administração dos bens é uma constante no cap. 16 do Evangelho de
Lucas, com a intenção de mostrar à comunidade como deve ser este relacionamento.
A presença dos pobres na comunidade servia de ponto de reflexão: a acumulação
colocava em risco a solidariedade e favorecia a desigualdade, fazendo com que a
cobiça se exacerbasse e o dinheiro passasse a ser o centro de tudo: os bens
materiais, a honra, o poder, o nome, e como a corrupção ronda todas as esferas
políticas, econômicas, sociais e religiosas. Quem serve ao dinheiro faz-se
refém da cobiça, torna-se cego e não se capacita para responder ao dinamismo do
amor de Deus que quer a vida para todos. Diz-se comumente que ‘dinheiro chama
dinheiro’ e por isso é muito pouco provável que alguém se contente em ganhar
pouco, quando a sua meta é alta, quando os desejos de grandeza obscurecem o
projeto de justiça do Reino de Deus, gerando violência, guerras e injustiças.
Quantos se afastaram da busca do bem comum, dos ideais de sua Igreja para se
entregarem ao luxo, para se ajoelharem diante do dinheiro e de suas volumosas
contas bancárias. A fidelidade ao projeto de bem comum, de solidariedade ao
próximo, de construção de uma sociedade fraterna e justa perderam-se diante do
vil metal. Jesus nos pede a simplicidade de vida, transparência nas relações,
transparência no uso do dinheiro; chama-nos a uma coerência de vida que nos
libere da opulência, da indiferença e para isto nada mais nos pede que sejamos
fiéis no pouco! – Deus querido, dá-nos a grandeza de coração para
vivermos cada dia com o pouco que temos, sem nos rendermos ao dinheiro e às
riquezas deste mundo passageiro” (Magda Brasileiro –
Meditações para o dia a dia [2017] –
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite