Terça, 17 de novembro de 2020

(Ap 3,1-6.14-22; Sl 14[15]; Lc 19,1-10) 

33ª Semana do Tempo Comum.

“Zaqueu ficou de pé e disse ao Senhor: ‘Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres e,

se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais’” Lc 19,8.

“O episódio de Zaqueu repropõe um dos temas fundamentais do evangelho: a preferência de Jesus, e, portanto, de Deus, pelos pecadores. Zaqueu gozava de boa posição social (‘chefe dos publicanos’) e econômica (‘era rico’). Está, porém, preocupado com sua crise religiosa. Embora rico e bem colocado na sociedade, está insatisfeito consigo mesmo. A resolução de pôr-se à procura de Jesus revela sua inquietação. Os detalhes da narrativa de seu encontro com o Mestre, o esforço para vê-lo, e colocar-se no alto da árvore, sujeitando-se ao ridículo, o convite para a refeição em sua casa, tudo isso manifesta seu interesse por uma mudança de vida. A acolhida que Zaqueu proporciona a Jesus não é apenas formal; envolve toda a sua pessoa. Converter-se não significa só chegar a uma confissão oral dos próprios erros, mas requer uma retratação efetiva dos mesmos. Zaqueu faz sua confissão a Jesus, que agora se torna o seu ‘senhor’, no lugar de todos os ‘senhores’ aos quais tinha servido. Diante dele, propõe reordenar sua conduta, reparando erros passados. E porque as injustiças pesam, em última análise, sobre os que se encontram no último degrau da escada social – os pobres –, ele lhes dará o de que os privou: a metade do seu patrimônio. O que roubou, restituirá segundo a lei em vigor; quatro vezes mais. A justiça social é o primeiro, autêntico fruto de conversão. – Senhor Jesus que viestes salvar o que estava perdido, fazei que chegue até nós a salvação que levastes à casa de Zaqueu. Amém (Ralfy Mendes de Oliveira – Graças a Deus [1995] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite