(Ap 3,1-6.14-22; Sl 14[15]; Lc 19,1-10)
33ª Semana do Tempo Comum.
“Zaqueu ficou de pé e
disse ao Senhor: ‘Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres e,
se defraudei alguém,
vou devolver quatro vezes mais’” Lc 19,8.
“O episódio de Zaqueu
repropõe um dos temas fundamentais do evangelho: a preferência de Jesus, e,
portanto, de Deus, pelos pecadores. Zaqueu gozava de boa posição social (‘chefe
dos publicanos’) e econômica (‘era rico’). Está, porém, preocupado com sua crise
religiosa. Embora rico e bem colocado na sociedade, está insatisfeito consigo
mesmo. A resolução de pôr-se à procura de Jesus revela sua inquietação. Os
detalhes da narrativa de seu encontro com o Mestre, o esforço para vê-lo, e
colocar-se no alto da árvore, sujeitando-se ao ridículo, o convite para a
refeição em sua casa, tudo isso manifesta seu interesse por uma mudança de
vida. A acolhida que Zaqueu proporciona a Jesus não é apenas formal; envolve
toda a sua pessoa. Converter-se não significa só chegar a uma confissão oral
dos próprios erros, mas requer uma retratação efetiva dos mesmos. Zaqueu faz
sua confissão a Jesus, que agora se torna o seu ‘senhor’, no lugar de todos os
‘senhores’ aos quais tinha servido. Diante dele, propõe reordenar sua conduta, reparando
erros passados. E porque as injustiças pesam, em última análise, sobre os que
se encontram no último degrau da escada social – os pobres –, ele lhes dará o
de que os privou: a metade do seu patrimônio. O que roubou, restituirá segundo
a lei em vigor; quatro vezes mais. A justiça social é o primeiro, autêntico
fruto de conversão. – Senhor Jesus que viestes salvar o que estava
perdido, fazei que chegue até nós a salvação que levastes à casa de Zaqueu.
Amém” (Ralfy Mendes de Oliveira – Graças a Deus [1995]
– Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite