(Ap 5,1-10; Sl 149; Lc 19,41-44)
33ª Semana do Tempo Comum.
“Quando Jesus se
aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar” Lc 19,41.
“Em sua última viagem
a Jerusalém, Jesus, acompanhado de seus discípulos, após ter contornado o monte
das Oliveiras, aproxima-se da cidade santa. A capital do judaísmo se estende,
com todo seu esplendor, diante de seus olhos. Em pouco tempo se tornaria um
cúmulo de ruínas. É um triste pressentimento que invade o ânimo do Salvador até
as lágrimas. O pranto de Jesus diante de Jerusalém revela sua realidade de homem e cidadão. Sua missão levou-o a chocar-se com seus compatriotas, mas seu
sentimento e seu amor pátrio tornaram-se igualmente feridos na previsão dos
danos que estavam se acumulando sobre a cidade santa, o templo, o povo. A
pertença à nação eleita, a alegria de ser da família de Abraão, eram
experiências que faziam parte também da vida de Jesus. Ele deve anunciar o
julgamento de Deus sobre a nação, mas o faz a contragosto, com pesar, com nó na
garganta, não exultando de alegria, mas chorando pelo castigo que cai sobre os
pecadores. O sofrimento de Jesus tem motivos não só pessoais, humanos, mas
também religiosos. O povo de Jerusalém não sabe ou não quer compreender o ‘dia’
de Jesus, isto é, a visita que pretende fazer à sua cidade. Na tradição
profética, Javé tinha seus ‘dias’ e o seu ‘dia’, mas se tratava de um dia de
condenação tanto para os gentios como para os judeus. Jesus não veio para
punir, mas para salvar, para trazer a paz, não a guerra. Israel se afastou de
Deus, o havia esquecido e ofendido. Jesus vinha restabelecer as boas relações
entre eles. – Senhor, tornai-nos mais sensíveis ao sofrimento de nosso
povo. Amém” (Ralfy Mendes de Oliveira – Graças a Deus [1995] –
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite