Terça, 10 de novembro de 2020

(Tt 2,1-8.11-14; Sl 36[37]; Lc 17,7-10) 

32ª Semana do Tempo Comum.

“Assim também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos mandarem, dizei: ‘Somos servos inúteis;

fizemos o que devíamos fazer’” Lc 17,10.

“É difícil supor que alguém que cumpriu suas tarefas diante de Deus não tenha conseguido mais aproximação e amizade com ele. O comportamento de Deus com o homem é como o do amigo que pode ser molestado todas as horas, também de noite (Lc 11,5), o do bom pastor (15,3-7), o pai do filho do pródigo (15,11-32). Pode-se, entretanto, concluir que, por sermos servos inúteis, o que recebemos em troca de Deus não nos é devido em termos contratuais, a rigor de justiça, mas de graça ou pela graça. A fé é dom de Deus. Assim ensinou Jesus aos apóstolos (v. 9). A parábola do servo inútil confirma essa verdade. Por tudo aquilo que o homem realiza, o que recebe não é em proporção com o que fez. É sempre doação da bondade e misericórdia de Deus. O texto é um incentivo à prática da humildade e da gratidão. Corrige, ao mesmo tempo, nossos errôneos julgamentos e transforma nossa mentalidade. É com humildade que o homem aceita esta renovação da mente, recordando que, para ele, o deixar-se renovar, converter-se, é a maior humildade e o mais importante sacrifício. Considerando-nos ‘servos inúteis’ Jesus não nos quer humilhar. Ensina-nos que ‘servir a Deus’ é ordem da vida. O serviço de Deus, embora nada a ele acrescente, nos é permitido para nosso bem. É por sua bondade que ele nos chama a tomar parte em seus projetos. – Senhor, ensina-nos a vos servir sem nada pretender. Dai-nos a humildade do servo inútil, e que tudo que fizermos seja conforme vossa bondade e justiça. Amém (Ralfy Mendes de Oliveira – Graças a Deus [1995] – Vozes).  

Pe. João Bosco Vieira Leite