(Zc 2,14-17; Sl Lc 1; Mt 12,46-50)
Apresentação de Nossa Senhora.
“Rejubila, alegra-te,
cidade de Sião, eis que venho para a habitar no meio de ti, diz o Senhor” Zc 2,14.
“A memória da
apresentação da Bem-aventurada Virgem Maria tem uma importância, não só porque
é nela que é comemorado um dos mistérios da vida daquela que Deus escolheu como
Mãe do seu Filho e como Mãe da Igreja, nem só porque nesta apresentação de
Cristo ao Pai celeste, ou melhor, de todos os cristãos, mas também porque ela
constitui um gesto concreto de ecumenismo, de diálogo com os nossos irmãos do
Oriente. Isto salta aos olhos seja pela nota de comentário dos redatores do
novo calendário, seja pela nota da Liturgia das Horas, que diz: ‘Neste dia da
dedicação (543) da Igreja de Santa Maria Nova, construída junto ao templo de
Jerusalém, celebramos juntamente com os cristãos do Oriente aquela dedicação
que Maria fez a Deus de si mesmo desde a infância, movida pelo Espírito Santo,
de cuja graça tinha sido repleta na sua Imaculada Conceição’. O fato da
apresentação de Maria no Templo, como se sabe, não foi contado por nenhum livro
sagrado, enquanto vem proposto com fartura de detalhes pelos apócrifos, isto é,
por aqueles escritos muito antigos e por muitos aspectos parecidos com os
livros da Bíblia, que, todavia, a Igreja sempre deixou de considerar como
inspirados por Deus e, portanto, como Sagrada Escritura. Ora, segundo esses
apócrifos, a apresentação de Maria ao templo não foi sem solenidade: tanto no momento
da sua oferta como durante o tempo de sua permanência no Templo verificaram-se
alguns fatos prodigiosos: Maria, conforme a promessa feita pelos seus pais, foi
conduzida ao Templo aos três anos, acompanhada por um grande número de meninas
hebreias que seguravam tochas acesas, com a presença das autoridades de
Jerusalém e entre cantos angélicos. Para subir ao Templo havia 15 degraus, que
Maria subiu sozinha, embora fosse tão pequena. Os apócrifos dizem ainda que
Maria no Templo se alimentava com a comida extraordinária trazida diretamente
pelos anjos e que ela não residia com as outras meninas. Na realidade a
apresentação de Maria deve ter sido muito modesta e ao mesmo tempo gloriosa.
Foi de fato através deste serviço ao Senhor no Templo, que Maria preparou o seu
corpo, mas sobretudo sua alma, para receber o Filho de Deus, realizando em si
mesma a palavra de Cristo: ‘Mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a
põem em prática’” (Mario Sgarbosa e Luigi Giovannini – Um Santo para cada
Dia – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite