Terça, 7 de fevereiro de 2017

(Gn 1,20—2,4; Sl 8; Mc 7,1-13) 
5ª Semana do Tempo Comum.

Segue-se o hino da criação chegando à sua conclusão com a criação do ser humano e com o dia do descanso, da contemplação do mistério criador de Deus. Essa palavra deve produzir em quem escuta, na experiência pós-exílica, o sopro renovador da vida e da esperança. Deus, desde sempre, tem cuidado da vida e deseja compartilhar com o ser humano Suas dádivas e o Seu cuidado. Parar, pensar, refletir, pode ser o momento justo que necessitamos a cada semana para retomar o caminho, reerguer-nos do cansaço e avançar na vida sob a bênção de Deus. Assim deveria ser o nosso ‘dia do Senhor’, dia da ressurreição. Mais das vezes enveredamos por um sugar todas as possibilidades de lazer ‘embriagando-nos’ para não tomarmos pé da vida, dos problemas e de nossa responsabilidade em tudo isso. 

Jesus faz uma oposição entre a Palavra de Deus e as tradições religiosas do seu tempo, mostrando o risco dessas tornarem-se mais importantes que a Palavra. Nosso tempo sofre do mesmo mal em termos de vivência da fé. É claro que a observação de Jesus vai de encontro a todos quanto têm a responsabilidade de interpretar a Palavra e de vivê-la sem permitir que as tradições acabem nos afastando da comunhão real com Deus que a Palavra gera. Permitamos ao Senhor refazer-nos constantemente com sua Palavra criadora, reconhecendo os nossos limites e fragilidades, mas sabendo objeto do seu amor e cuidados, conforme reza o nosso salmo 8.


 Pe. João Bosco Vieira Leite