(Gn 1,20—2,4; Sl 8; Mc 7,1-13)
5ª Semana do Tempo Comum.
Segue-se o hino da criação chegando à
sua conclusão com a criação do ser humano e com o dia do descanso, da
contemplação do mistério criador de Deus. Essa palavra deve produzir em quem
escuta, na experiência pós-exílica, o sopro renovador da vida e da esperança.
Deus, desde sempre, tem cuidado da vida e deseja compartilhar com o ser humano
Suas dádivas e o Seu cuidado. Parar, pensar, refletir, pode ser o momento justo
que necessitamos a cada semana para retomar o caminho, reerguer-nos do cansaço
e avançar na vida sob a bênção de Deus. Assim deveria ser o nosso ‘dia do
Senhor’, dia da ressurreição. Mais das vezes enveredamos por um sugar todas as
possibilidades de lazer ‘embriagando-nos’ para não tomarmos pé da vida, dos
problemas e de nossa responsabilidade em tudo isso.
Jesus faz uma oposição entre a Palavra
de Deus e as tradições religiosas do seu tempo, mostrando o risco dessas
tornarem-se mais importantes que a Palavra. Nosso tempo sofre do mesmo mal em
termos de vivência da fé. É claro que a observação de Jesus vai de encontro a
todos quanto têm a responsabilidade de interpretar a Palavra e de vivê-la sem
permitir que as tradições acabem nos afastando da comunhão real com Deus que a
Palavra gera. Permitamos ao Senhor refazer-nos constantemente com sua Palavra
criadora, reconhecendo os nossos limites e fragilidades, mas sabendo objeto do
seu amor e cuidados, conforme reza o nosso salmo 8.
Pe. João Bosco Vieira Leite