Sexta, 03 de fevereiro de 2017

(Hb 13,1-8; Sl 26[27]; Mc 6,14-29) 
4ª Semana do Tempo Comum.

Chegando ao fim de nossa leitura da carta aos Hebreus, temos dois textos, hoje e amanhã, carregados de recomendações práticas para o sentido de comunhão que a vida cristã deve ter com todos e com todas as realidades que fazem parte do tecido da vida. Mais que uma mera adesão intelectual, o cristianismo é um estilo de vida, um modo de ser, uma luta contínua contra o fechamento sobre si mesmo diante das realidades que nos desafiam.

A narrativa de Marcos que hoje culmina com a morte de João Batista está profundamente relacionada à identidade de Jesus e consequentemente da Sua morte, pois vem na esteira da rejeição de uma Palavra que se sabe ‘salvadora’, mas que se rejeita diante da imagem que construímos de nós mesmos, falsa, em sua maioria. O nosso mundo tende a sufocar em nós a capacidade de escuta sincera da nossa própria consciência, se formada por valores evangélicos. Herodes, em parte, é vítima da própria armadilha, mesmo tendo consciência do exagero no pedido da dançarina, não pode deixar de continuar ‘vendendo’ a imagem de si mesmo. Não podendo romper com esse ciclo vicioso, perde-se a si mesmo. “Senhor Deus onipotente, alegria dos humildes e salvação dos pecadores, olhai para aqueles que, pelo vosso Filho Jesus Cristo, sofrem ainda perseguição, violência e injustiça: fazei que o poder do amor rompa as cadeias do egoísmo, a força do Espírito triunfe sobre os mecanismos da carne, o milagre da vida nova infunda comunhão e esperança onde parece impossível, devido à dureza dos homens: que em tudo triunfe o Vosso amor” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado – Tempo Comum – Paulus).


 Pe. João Bosco Vieira Leite