(Hb 13,1-8; Sl 26[27]; Mc 6,14-29)
4ª Semana do Tempo Comum.
Chegando ao fim de nossa leitura da
carta aos Hebreus, temos dois textos, hoje e amanhã, carregados de
recomendações práticas para o sentido de comunhão que a vida cristã deve ter
com todos e com todas as realidades que fazem parte do tecido da vida. Mais que
uma mera adesão intelectual, o cristianismo é um estilo de vida, um modo de
ser, uma luta contínua contra o fechamento sobre si mesmo diante das realidades
que nos desafiam.
A narrativa de Marcos que hoje culmina
com a morte de João Batista está profundamente relacionada à identidade de
Jesus e consequentemente da Sua morte, pois vem na esteira da rejeição de uma
Palavra que se sabe ‘salvadora’, mas que se rejeita diante da imagem que
construímos de nós mesmos, falsa, em sua maioria. O nosso mundo tende a sufocar
em nós a capacidade de escuta sincera da nossa própria consciência, se formada
por valores evangélicos. Herodes, em parte, é vítima da própria armadilha,
mesmo tendo consciência do exagero no pedido da dançarina, não pode deixar de
continuar ‘vendendo’ a imagem de si mesmo. Não podendo romper com esse ciclo
vicioso, perde-se a si mesmo. “Senhor Deus onipotente, alegria dos
humildes e salvação dos pecadores, olhai para aqueles que, pelo vosso Filho
Jesus Cristo, sofrem ainda perseguição, violência e injustiça: fazei que o
poder do amor rompa as cadeias do egoísmo, a força do Espírito triunfe sobre os
mecanismos da carne, o milagre da vida nova infunda comunhão e esperança onde
parece impossível, devido à dureza dos homens: que em tudo triunfe o Vosso
amor” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado –
Tempo Comum – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite